O retrato do Brasil está na internet e tem endereço certo: www.cdbrasil.cnpm.embrapa.br. Na página, o usuário pode visualizar imagens de todo o País a partir das fotografias tiradas do satélite Lansac. A iniciativa é da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que em novembro de 2000 disponibilizou as imagens da Amazônia. Um ano depois foi concluída a região Nordeste, e, em março deste ano, o Sudeste. Segunda-feira os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e Paraná completaram a página.
“Temos imagens detalhadas de todo Brasil”, comemora Evaristo de Miranda, coordenador-geral do projeto. E os detalhes realmente impressionam. As imagens permitem um zoom, da escala 1:250.000 até a escala 1:25.000. Ao lado das fotos existem mapas que ajudam na localização, com as coordenadas geográficas. Desde março último também é possível fazer a navegação por município, facilitando a identificação das localidades.
A riqueza de detalhes deve facilitar a vida de escolas, universidades, entidades públicas e pesquisadores autônomos de todo País. Algumas conclusões já estão surgindo. O mapeamento da Amazônia, por exemplo, revelou uma surpreendente ocupação urbana, anteriormente desconhecida.
No Paraná, Miranda destaca as grandes áreas de plantio livre de cereais. “São milhares e milhares de quilômetros destinados a esse tipo de cultura. As áreas são identificadas no mapa pela coloração clara da palha”. O crescimento de Curitiba também é visível nas fotografias. “É algo que presenciamos em várias metrópoles, várias capitais em que ocorreu o alargamento das faixas urbanas. Em Curitiba conseguimos identificar as áreas verdes, o traçado das principais avenidas e as maiores densidades urbanas.”
As capitais, aliás, serão o próximo alvo de estudo de Miranda. “Faremos um trabalho onde será possível identificar tampas de bueiros das cidades”.
CD
As imagens da internet também estão contidas em um CD. “No CD temos uma resolução que é 50% melhor que a da net”, diz. Na 1.ª prensagem, cerca de 10 mil cópias foram vendidas e a previsão do Embrapa é de comercializar mais 1000 mil cópias.