Cumprida reintegração de posse em Campo Magro

Foi cumprida ontem a reintegração de posse de uma área de preservação ambiental de cerca de 19 mil metros quadrados, pertencente a Ezoel Stival, em Campo Magro. A operação começou às 6h e não houve conflito. A ação foi realizada por um efetivo de 168 policiais militares e para a retirada dos pertences das mais de 50 famílias que viviam no Jardim Passaúna, a Prefeitura cedeu caminhões. Segundo a PM, a retirada só deve terminar hoje. O mandado de reintegração foi expedido no fim do ano passado pela juíza de Almirante Tamandaré, Elisiane Minasse.

Segundo o advogado da Terra de Direitos, responsável pela defesa das famílias desalojadas, Vinícius Jessolo de Oliveira, houve um descumprimento a um acordo firmado anteriormente em reunião com a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), a Prefeitura de Campo Magro e a promotoria de Justiça de Almirante Tamandaré. ?Havíamos combinado que na próxima semana os moradores iriam dar uma resposta em relação à transferência deles para uma área de Paranaguá?, afirma o advogado. A Cohapar disse que apenas segue determinações judiciais e que, apesar das tentativas, nunca se chegou a um acordo oficial.

Uma representante dos moradores, Simone Ferreira de Lara, disse que os ocupantes da área não sabem o que farão agora. ?Nós não dissemos que não iríamos sair, mas precisamos de algum lugar para onde ir.? Ela disse que os pertences das famílias irão ficar em um depósito em Santa Felicidade.

Alternativa

O prefeito de Campo Magro, Rilton Boza, descartou possibilidade de que as pessoas pudessem ficar no município. ?Não temos áreas em Campo Magro. A Prefeitura, as secretarias e os postos de saúde, todos funcionam em imóveis alugados.? O prefeito disse também que a sua administração está ajudando a população com cestas básicas.

Segundo o oficial de Justiça Valter Binder, alguns moradores saíram antes mesmo da reintegração. ?Eles já estavam sabendo há algum tempo que isso iria acontecer.?

À tarde foi realizada uma reunião no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) com representantes da Cohab, Cohapar, moradores e entidades de direitos humanos. Ficou acertado que em 30 dias a Cohapar apresentará um estudo para as famílias serem relocadas para Paranaguá. A Cohab levantou a possibilidade de serem encontrados locais em Curitiba até a próxima semana.

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