Alarmante

Crescem casos de agressões contra professores

Casos como o da estudante de 17 anos que atirou uma carteira no professor porque ele pediu silêncio em uma escola de Jacarezinho, no final de novembro, se tornam cada dia mais comuns em todo o Brasil.

Uma pesquisa feita no ano passado pelo Ministério Público do Trabalho (MTE), em parceria com o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro), revelou que mais de 40% dos educadores de escolas particulares já foram agredidos ou ameaçados por alunos.

Para debater “Indisciplina, Rebeldia e Reinvenção da Escola”, 80 pessoas, dentre elas 50 pesquisadores, estão reunidas desde ontem no Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR) durante o VI Seminário de Indisciplina na Educação Contemporânea.

Serão apresentados 30 trabalhos de pesquisa a serem debatidos em mesas-redondas com especialistas de todo o Brasil. O evento receberá as conclusões de um mestrado da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) e trabalhos de pesquisadores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

“Indisciplina e violência não são coisas novas na escola, o que há de novo é a intensidade e complexidade. De um lado, se modificou o modo de acompanhar e educar os filhos e trabalhar com valores. A escola também mudou, se tornou mais progressista, com métodos mais liberais, não tão disciplinadora quanto uma escola formativa”, explica Joe Garcia, representante do grupo de pesquisas.

De acordo com ele, há uma tendência de que ao longo dos anos cada vez mais os filhos fiquem mais diferentes e mais distantes dos pais. “Nós prevemos que essas diferenças e tensões culturais vão se acentuar. Não há perspectiva de redução de disciplina nas escolas, a não ser que haja uma transformação do projeto da escola, currículo, e da relação entre os pais e os filhos”, opina.