Chuva interdita ruas e alaga casas em Matinhos

 Fabiano Nunes / Nosso Litoral
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Carro ficou submerso na Rua Roque Vermelha, no centro de Matinhos.

Quando o artesão Clovis dos Santos chegou em casa, ontem, no bairro Tabuleiro, em Matinhos, encontrou a casa invadida pela água. Perdeu tudo o que tinha. A chuva começou a cair na cidade por volta das 14h e fez os rios transbordarem. Segundo o tenente Eduardo Gomes Pinheiro, do Corpo de Bombeiros (CB), vários pontos da cidade estavam alagados. No entanto, até as 19h30, ninguém havia solicitado ajuda da corporação e não havia desabrigados. Mas a corporação iria se manter em alerta, já que a chuva continuava a cair na região.

Clóvis conta que quando a chuva começou, preferiu ficar no quiosque, à beira-mar, para salvar seu material de trabalho. Lá, a água subiu cerca de 30 centímetros. À noite, quando foi para casa, imaginava o estrago que encontraria. A água atingiu 1,20 metro de altura e fez com que perdesse tudo o que tinha. Em 2003, ele já havia enfrentado o mesmo problema. "Eu tinha acabado de equipar a minha casa e agora perdi tudo mais uma vez", reclama. Ele, a esposa e os filhos ainda não sabiam como iriam passar a noite.

Ruas interditadas

A Polícia Militar chegou a interditar algumas ruas que estavam completamente alagadas. Entre elas, o trecho que vai da Rua Cambará até a Apucarana, no centro de Caiobá, e a Rua Roque Vernalha, no centro de Matinhos.

Segundo o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), a forte chuva caiu entre 14h e 16h, equivalente a 98 milímetros. O índice representa quase um terço do que é esperado para todo o mês de janeiro na cidade, que é 300 milímetros. Mas os números deviam subir ainda mais. Depois desse horário, a chuva não deu trégua e devia seguir noite adentro, embora caindo moderadamente.

Segundo o tenente Alessandro Galeski, da Defesa Civil do Paraná, não há como prever ao certo os danos que as chuvas de verão podem causar porque elas se formam muito rapidamente e não permitem uma previsão muito antecipada. "As chuvas de verão se formam muito rápido e se dissipam rápido também, então o Simepar só consegue identificar as chuvas cerca de duas horas antes de elas acontecerem. Não há como saber quais serão as regiões mais atingidas", disse Galeski.

Na tarde de ontem, chuvas fortes foram registradas também em Paranaguá, Cascavel, Antonina e Curitiba, mas nessas áreas não houve grandes danos, como alagamentos ou destelhamento.

Galeski afirma que havia o alerta de mais chuvas no Paraná com raios e ventos com até 70 quilômetros por hora. As pessoas deviam tomar certos cuidados, como evitar permanecer perto de encostas ou morros, não passar em ruas alagadas, pois não se sabe o que está sendo coberto pela chuva, e em caso de trovoadas, procurar um abrigo seguro e não embaixo de árvores.

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