Somente a automação da forma de cobrança das passagens, com a implantação do cartão eletrônico, poderá resolver o problema de violência contra motoristas e cobradores de ônibus na Região Metropolitana de Curitiba. A proposta é defendida pelo Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba (Sindimoc). Em 2002 quase cinco mil assaltos em ônibus e estações-tubo foram registrados, uma média de 13,58 assaltos/dia. Foram o equivalente a 484.069 passagens roubadas, o que rendeu à Urbs um prejuízo de R$ 726 mil.
Em 2003 a situação continua a mesma. Somente em janeiro foram 459 assaltos, com um total roubado de R$ 61 mil. A média subiu para 16,10 assaltos/dia.
O presidente do Sindimoc, Denílson Pires, contou que a preocupação vem aumentando cada vez mais, principalmente pelo fato dos marginais, além de levarem o dinheiro, estarem ameaçando a integridade física dos motoristas. “No último fim de semana um motorista, uma cobradora e um diretor do Sindimoc, que estava passando por perto na hora do assalto, entraram em confronto físico com dois assaltantes”, lembrou Denílson Pires.
O dirigente sindical explicou que com a retirada de circulação do dinheiro e do vale-transporte, os ladrões perderão os atrativos para assaltar ônibus e estações-tubo. “A Urbs nos garantiu que até julho grande parte do sistema já estará operando com cartões”, afirmou. Denílson deu sua palavra que não haverá demissões após a implantação do sistema eletrônico. “O próprio Sindimoc e as empresas já estão num processo de preparo maior aos cobradores. Eles terão funções diferentes, de auxílio ao passageiro, além é claro da fiscalização. Garanto que ninguém será demitido”, disse.
As linhas de ônibus mais assaltadas na Grande Curitiba são pela ordem, conforme dados do Sindimoc, Sabará, Colombo?São José e Bairro Alto?Boa Vista. A estação-tubo mais assaltada é a Major Heitor Guimarães, próxima ao Carrefour Champagnat.