Bebê transplantado vai receber alta no feriado

O bebê de quatro meses Vitor Fogliato, que passou por um transplante de coração no dia 20 de julho, no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, deve receber alta durante o feriadão. Ontem, ele foi apresentado à imprensa depois de os médicos responsáveis pela cirurgia concederem entrevista aos jornalistas. Vitor tinha uma doença rara, chamada de cardiomiopatia hipertrófica, que faz com que o músculo do coração cresça desordenadamente a ponto de não permitir a circulação de sangue no órgão. Com isso, ele necessitava de aparelhos para respirar, não conseguia sugar e teve um pequeno atraso neurológico.  

Agora, os médicos e os pais do menino, Milena Scudeller, 30 anos, e Leonardo Flogiato, 27, comemoram a boa recuperação depois de dois meses à espera do órgão. ?Noto que ele está se movimentando mais, ergue o pescoço, mexe as pernas no banho. Antes, ele não fazia isso?, conta a mãe. Ela disse que Vitor nasceu de oito meses e chegou a ficar uma semana no hospital em Campo Grande (Mato Grosso), onde moram. ?O médico nos aconselhou a trazê-lo para Curitiba ou São Paulo. Na nossa cidade, a médica havia dito que a dificuldade para respirar acontecia porque ele era prematuro?, revela Milena. Quando fez a cirurgia no Pequeno Príncipe, a criança pesava menos de quatro quilos, quando normalmente deveria ter mais de cinco.

O pediatra e coordenador dos Transplantes Cardíacos do hospital, Leonardo Cavadas, disse que o bebê não teve qualquer perda neurológica durante os 55 dias que esteve na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), esperando o órgão – que veio de Porto Alegre, de uma criança de seis meses, vítima fatal de sangramento cerebral. Hoje, praticamente mais de um mês depois da cirurgia, Vitor já pesa mais de quatro quilos. ?A recuperação dele está sendo fantástica. O baixo peso não afetou a cirurgia?, disse.

A cardiologista pediátrica que acompanhou Vitor, Eliana Pelissaria, disse que as chances de vida do bebê seriam muito pequenas caso ele não fosse submetido ao transplante. Segundo Cavadas, ainda não é possível avaliar se Vitor rejeitará o órgão. ?Sabemos que metade dos transplantados rejeitam o órgão no primeiro ano. Porém, medicação ele terá que tomar para sempre?, afirmou. O cirurgião pediátrico Wanderlei Ferreira disse que um dos receios dos médicos era com relação ao tempo que o órgão levaria para chegar em Curitiba. ?É recomendável que o órgão seja transplantado em no máximo seis horas para termos sucesso?, explicou. No caso de Vitor, o transplante foi feito em cinco horas. 

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