Autoridades buscam fim dos conflitos na fronteira

Uma comissão de vereadores da Câmara Municipal de Foz do Iguaçu reuniu-se ontem com representantes da Polícia Federal (PF) e da Receita Federal, na delegacia da Receita, buscando uma solução para os constantes confrontos na fronteira, que vêm ocorrendo desde a semana passada. Segundo o presidente da comissão da Câmara, vereador Chico Brasileiro (PCdoB), durante a reunião foi elaborado um relatório que será encaminhado ao governo federal, para que sejam tomadas providências na região de Foz do Iguaçu.

“Dependemos da fronteira para obter um crescimento econômico. O número de turistas que nessa época sempre é grande, ficou 40% menor por causa dos conflitos”, diz o vereador.

A reunião com o governo federal foi marcada para a semana que vem, e algumas alternativas serão apresentadas pela comissão, para que a região não sofra com os conflitos e a diminuição de movimento no comércio local. “O fim da megaoperação que está sendo realizada desde a semana passada, a questão dos conflitos em todo fim de ano e a criação de uma nova proposta econômica para a região são alguns dos pontos que serão discutidos na reunião que teremos em Brasília”, afirma.

Confronto

A Ponte da Amizade voltou a ficar fechada na manhã de ontem por manifestantes contrários à rígida fiscalização que a Receita Federal vêm realizando na fronteira Brasil-Paraguai. Sacoleiros e motoristas de vans e de táxi se uniram e paralisaram o trânsito do local por duas horas. Alguns manifestantes paraguaios se juntaram aos demais no protesto que teve início às 9h.

Eles jogaram pedras em direção à barreira formada pelos policiais que forçavam o fim da manifestação. Bombas de gás paralisante e de efeito moral e balas de borracha foram utilizadas pelos policiais para contar os manifestantes. A partir das 11h30, o protesto foi contido e a circulação de veículos na Ponte voltou ao normal, com o reforço da PF e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Foi a quarta manifestação em pouco mais de uma semana, desde que a PF e a Receita intensificaram as ações na região de fronteira para reprimir roubo, contrabando e tráfico. Mesmo com o fim da manifestação, muitos comerciantes fecharam os seus estabelecimentos, com medo de um novo confronto e de possíveis invasões.

De acordo com a assessoria da PF, duas pessoas foram detidas durante a manifestação, uma por danificar o carro da PRF e outra por soltar rojão sobre os policiais. Os sacoleiros reclamaram que a intensificação da fiscalização atrapalhou os trabalhos, e que boa parte das mercadorias transportadas pela Ponte da Amizade foram apreendidas, aumentando o prejuízo. Os motoristas de táxi e vans também reclamaram pela redução do número de passageiros que fazem compras no Paraguai, ficam com medo da apreensão dos produtos comprados do outro lado da Ponte.

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