Assentados abandonam Incra no Sudoeste do Paraná

Os 180 assentados que ocupavam a unidade do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná, deixaram o local por volta das 23h de anteontem. Eles conseguiram marcar uma audiência com a superintendência do Incra em Curitiba para a quarta-feira. Os assentados querem uma solução para o problema de três assentamentos em Palmas, que não puderam ser regularizados em razão de estarem cercados pela mata atlântica.

As 173 famílias estão há aproximadamente quatro anos nos assentamentos Margem do Iratim, Paraíso do Sul e São Lourenço que, juntos, somam 4.423 hectares, além de 1.115 hectares de reserva legal. No entanto, por estarem cercados por reservas ambientais da mata atlântica, os assentamentos não puderam ser registrados em nome do Incra, pois não há autorização do Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

As terras tinham sido desapropriadas em 1998 e o Incra deslocou as famílias para lá no ano seguinte, prometendo-lhes que em 90 dias seria criado um assentamento modelo. Hoje, as famílias reclamam estarem abandonadas, isoladas e sem segurança de que terão a posse definitiva das terras. Também em função disso, os recursos do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) não puderam ser retirados do banco, onde, depois de dois anos, foram cancelados.

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