Árvores comprometidas nas praças e parques da capital

A queda de cerca de oitenta árvores em Maringá, ocorrida na última terça-feira, após um vendaval, chama a atenção para o risco que árvores muito antigas ou mesmo doentes podem representar tanto à população quanto ao patrimônio das cidades. Em Curitiba, segundo o biólogo e professor de Botânica e Bioética da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Luiz Antônio Acra, a condição geral de conservação das árvores é considerada boa. Porém, em parques, praças e ruas centrais, é possível encontrar ipês, jacarandás, palmeiras e outras espécies parcialmente comprometidas e que, em médio prazo, podem causar transtornos.

?O que acontece na capital é que a grande maioria das árvores é antiga. Dessa forma, quando entram em fase de desenvolvimento, começam a perder galho e até podem partir em caso de vento forte?, comenta. ?Como perdem a beleza cênica e passam a ser uma ameaça, as árvores mais velhas precisam ser removidas e substituídas?.

Em alguns locais, como por exemplo o Parque Barigüi, também é possível encontrar árvores comprometidas devido à incidência de parasitas, como a erva-de-passarinho. Ela invade a estrutura e se alimenta de partes internas das árvores, deixando-as enfraquecidas. Outros problemas são as doenças causadas por insetos (conhecidos como serra-pau) que vão roendo a madeira e ocasionando queda das árvores. ?Todos esses problemas vão evoluindo com o tempo e fazendo com que as estruturas internas das árvores sejam corroídas. Caso não haja acompanhamento, as árvores podem cair e gerar danos ao patrimônio, sem falar na ameaça de risco à saúde e ao bem-estar das pessoas?.

Meio ambiente

Para evitar acidentes, o diretor do departamento de proteção vegetal da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Curitiba, Edelcio Marques, revela que existem equipes técnicas que diariamente se deslocam pela cidade para detectar situações de risco. Além de verificações normais, elas atendem solicitações feitas através do telefone 156, pelo qual a população pode fazer denúncias e pedir para que sejam feitas avaliações de árvores específicas. ?Desde junho do ano passado, também estamos realizando um diagnóstico da arborização pública presente em 22 bairros. Uma empresa foi contratada para realizar o trabalho, estando capacitada a informar quantas árvores precisam ser renovadas, replantadas, rebaixadas ou mesmo podadas. Deve ser feito diagnóstico de 75 mil árvores, sendo que a estimativa é de que a capital tenha cerca de trezentas mil árvores só em vias públicas?, afirma.

De acordo com o diretor de pesquisa e monitoramento da secretaria, Glauco Machado Requião, o corte de uma árvore só é autorizado por motivo fitossanitário, se houver risco ao patrimônio público ou privado e verificação de danos (quando, por exemplo, uma árvore se projeta sobre uma casa ou mesmo um muro, destruindo a estrutura construída). Também é necessária autorização para podas.

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