Ainda as pichações. Até quando?

d23.jpgVenho insistindo, sem qualquer sucesso, no tema das pichações que tanto enfeiam a nossa ?Cidade Sorriso?, um dia chamada ?Capital Americana da Cultura?.

Vândalos, não mais na calada da noite, porém até durante o dia, desrespeitam a propriedade pública e privada, borrando as paredes e muros, transformando a nossa querida e bela capital em uma das cidades mais sujas do Brasil.

A sede do Centro de Letras do Paraná, entidade cultural fundada em 19 de dezembro de 1912, por Emiliano Perneta e Euclides Bandeira e que presido, é desrespeitada pelos vândalos que, inclusive, a apedrejaram.

A estátua do grande diplomata Barão do Rio Branco, na Praça Generoso Marques, o edifício da Secretaria da Cultura, com frente para a Dr. Muricy, o muro do Asilo São Vicente de Paulo, que tantas dificuldades enfrenta, e o alto prédio do Clube Curitibano, na confluência da Barão do Rio Branco com a Rua XV de Novembro, não resistiram a tal sandice.

É verdade que outras cidades, a exemplo de São Paulo, como denunciado recentemente por Antônio Ermírio de Morais, em jornal de grande circulação, têm sido alvo de tão nefasta atitude.

Há que se reconhecer, como bem assinalado pela Secretaria da Comunicação Social da Prefeitura Municipal, em carta publicada, que a ?Defesa Social intensificou as ações de combate às pichações, ampliando o número de guardas e veículos destacados para essa tarefa? e que existe a Lei n.º 11.378, que ?estabelece multa de 714 Ufirs a infratores com idade a partir de 18 anos, que ficam proibidos de participar de concursos públicos municipais?, afora outras penalidades para os menores.

Mas é de convir que isso não basta.

Urge um melhor patrulhamento na cidade, notadamente à noite e pela madrugada, em ação conjunta e efetiva da Polícia Militar e Guarda Municipal, sem o que jamais serão coibidos tais atos, certo que o contribuinte não pode estar à mercê da sanha desses desocupados, que nada respeitam.

No caso específico do Centro de Letras do Paraná, já não se sabe o que fazer, por isso que os recursos são ínfimos (mensalidade de R$ 10,00) e não se tem condição de patrocinar um guarda durante o dia e outro durante a noite.

Daí o clamor público.

Curitiba, tão visitada por turistas e com uma população ordeira e trabalhadora, enseja ser melhor cuidada e respeitada, ainda porque centro cultural de renome e sede da mais antiga universidade do Brasil.

?Senhores? pichadores, respeitem-na, por favor!

Luís Renato Pedroso é desembargador jubilado, presidente do Centro de Letras do Paraná e vice-presidente do Movimento Pró-Paraná.

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