Adauto Botelho inova no tratamento psiquiátrico

Até março do ano que vem, o Hospital Colônia Adauto Botelho pretende estar com pelo menos duas residências terapêuticas montadas em bairros na região de Pinhais. Proposta do Ministério da Saúde para a reabilitação psicossocial, a moradia em residências terapêuticas busca reformular a atenção aos portadores de transtornos mentais. O Adauto Botelho já deu o primeiro passo para esta reformulação com a criação, em julho deste ano, da Casa de Progressão.

Com capacidade para 12 pessoas, a casa, que já existia em frente ao Hospital, foi adaptada para abrigar pacientes com melhor quadro clínico. A experiência tem permitido aos residentes uma vida fora do ambiente hospitalar, sob a supervisão de cuidadores de saúde mental, com total liberdade para a realização de atividades comuns do dia-a-dia. “Queremos mostrar que estas pessoas podem conviver em sociedade, fora dos muros do hospital, desmitificando o conceito de que os pacientes devem viver isolados”, explica a diretora do Hospital Colônia Adauto Botelho, Elza Wons Zarski.

Treinamento

A equipe de profissionais do Adauto foi recentemente treinada para se preparar para o atendimento nas residências terapêuticas. Ministrado pela psicóloga Patrícia Albuquerque, coordenadora e supervisora técnica do Programa de Residências Terapêuticas, do Instituto Juliano Moreira, do Rio, o treinamento envolveu os profissionais do Hospital na chamada desistitucionalização da clientela. “O programa é voltado para os pacientes que perderam vínculo com a família e todas as oportunidades de produzir socialmente, portanto, ele precisa ter uma equipe preparada para colaborar nesta reinserção social”, explica Patrícia.

Existem atualmente no Brasil 60 mil leitos psiquiátricos e 312 CAPs ? centros de atendimento psicossocial.

O Paraná possui treze centros de atendimento psicossocial ? quatro em Curitiba, dois em Londrina, um em Francisco Beltrão, um em Foz do Iguaçu, um em Cascavel, um em Paranavaí, um em Pato Branco e um em Cambé.

Especializados no atendimento de dependentes químicos, são mais seis: dois em Curitiba, um em Ponta Grossa, um em Maringá, um em Londrina e um em Cambé. Além dos CAPS, o Paraná conta com vinte hospitais especializados em tratamento de saúde mental, 4.355 leitos psiquiátricos e 45 serviços ambulatoriais. Cento e quatro municípios prestam algum tipo de assistência na área mental.

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