Acidentes rodoviários custam R$ 22 bilhões

A sociedade brasileira gasta, em média, R$ 22 bilhões com acidentes de trânsito nas estradas do País por ano. É o que o mostra o estudo ?Impactos Sociais e Econômicos do Acidente de Trânsito nas Rodovias Brasileiras?, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). A pesquisa avalia o custo dos acidentes não só para os cofres públicos, mas também para a família e para a sociedade, já que muitas vezes o acidentado perde a capacidade produtiva.

A pesquisa avalia que o custo de um morto em uma rodovia para a sociedade é de R$ 281,2 mil. Uma pessoa ferida custa R$ 38,25 mil e um acidente sem vítimas custa R$ 1,2 mil. Segundo a coordenadora adjunta da pesquisa, Patrícia Morita, além desses valores é preciso contabilizar os danos psicológicos que os acidentados ou parentes sofrem. A intenção da pesquisa é que os dados possam servir de base para que o governo federal possa fazer programas de prevenção. ?Com um projeto que possa ver o número de mortos e o custo dos acidentes é possível ver a economia desses programas?, afirmou.

O estudo não engloba a causa dos acidentes. Mas uma pesquisa realizada em pequenos trechos das BRs 116 e 324 pelo Ipea apontou as causas e sugeriu providências que devem ser tomadas. Agora o Ipea procura financiamento para realizar a mesma pesquisa em âmbito nacional.

Educação

A quantidade de acidentes e o gasto poderiam ser evitados com educação, fiscalização e engenharia. A opinião é da coordenadora de educação no trânsito do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), Maria Helena Gusso Mattos. ?Acidente de trânsito não é fatalidade. A grande maioria poderia ser evitada. Mas falta consciência das pessoas de que o trânsito é perigoso. Infelizmente a lei está no papel, mas não é absorvida pelos motoristas?, destacou. A pressa, o estresse e a sensação de poder são motivos apontados por ela como problemas dos motoristas.

O gerente do setor de emergências do Hospital Cajuru e médico plantonista do Siate, Vinicius Filipak, informou que 17,6% dos 8.921 pacientes atendidos no hospital em 2006 eram pedestres que sofreram acidentes de trânsito. ?O que mais chama atenção em atropelamentos é que a vítima sempre sofre ferimentos graves?, observou.

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