Para centrais sindicais, salários ainda são baixos e acumulam perdas

São Paulo – Duas das grandes centrais sindicais do Brasil consideraram ?significativo? e ?importante? o resultado divulgado nesta quinta-feira (22) do estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), revelando que as negociações salariais em 2006 foram as melhores dos últimos dez anos.

?Pena que foi só nesse ano. Nos últimos dez anos, os trabalhadores tiveram sua marcha salarial diminuída. Mesmo com essa vitória de 2006, ainda temos que correr atrás para tentar retomar o poder de compra dos nossos salários", disse Wagner Gomes, vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Segundo ele, o resultado da pesquisa do Dieese pode ser explicado pelo ?crescimento um pouco maior que o Brasil teve? em 2006, embora os salários no país ainda sejam baixos. ?Os salários no Brasil, além de terem acumulado perdas ao longo desses últimos anos, são baixos. O salário mínimo é um dos mais baixos no mundo inteiro. Há muito a melhorar ainda, a nossa dívida com os trabalhadores ainda é muito alta?, afirmou.

A expectativa para este ano, de acordo com Gomes, é a mesma do ano passado. Ele defendeu "uma mudança na política econômica, para que o país possa crescer mais". E disse considerar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) "uma  medida boa, porque põe o Estado para tentar ser um indutor do crescimento da economia".

O crescimento econômico, acrescentou, é fundamental para o fortalecimento das centrais sindicais do Brasil: ?Quando há crescimento econômico, os sindicatos conseguem mobilizar. Por isso, a gente torce para que o país se desenvolva, porque numa economia estagnada os trabalhadores não ganham nada. Os sindicatos vivem e se desenvolvem num país com crescimento econômico, com o país se desenvolvendo?.

Em nota assinada pelo secretário Sérgio Luiz Leite, a Força Sindical afirmou que o resultado do estudo do Dieese é ?fruto de todo um processo de luta, trabalho e de um esforço conjunto do próprio movimento sindical, onde a mobilização dos trabalhadores nas campanhas salariais foi fundamental?. A nota destaca como pontos positivos de 2006 a ?inflação baixa [2,81%] e o crescimento econômico, apesar de insatisfatório [o PIB cresceu 2,9%]?.

Na opinião do secretário, o governo ?precisa criar políticas para combater com maior veemência a informalidade, a terceirização e a alta rotatividade de mão-de-obra, que causam prejuízos ao trabalhador e a precarização no mercado de trabalho?.

Voltar ao topo