Palocci estuda medidas jurídicas contra procuradores e Buratti

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, afirmou, neste domingo, que discutirá nesta semana com seus advogados quais medidas jurídicas poderão ser tomadas contra o seu ex-secretário de governo na prefeitura de Ribeirão Preto, Rogério Buratti, e os procuradores paulistas responsáveis pela divulgação do seu depoimento, antes de sua conclusão, na última sexta-feira.

Palocci disse ainda apelará ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, contra os procedimentos do Ministério Público paulista.

Palocci relatou várias vezes que havia se reunido com o procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Rodrigo César Rebello Pinho, para verificar se havia sido mencionado em algum trecho das gravações de telefonemas de Buratti, que se deram ao longo de oito meses. Rebello Pinho respondera que não. Dois ou três dias depois, o procurador-geral telefonou para Palocci e confirmou a informação.

Estranhou, entretanto, a atitude de seus subordinados, os procuradores que tomaram o depoimento de Buratti sobre o suposto pagamento de propinas pela empresa Leão Leão.

O ministro sugeriu, durante a entrevista, que o depoimento de Buratti pode ter sido influenciado pelas pressões e condições em que estava preso. A possibilidade de ser liberado em troca de uma delação foi outro ponto indicado por Palocci como explicação para a denúncia, que considerou "falsa". Para tanto, valeu-se de declarações do próprio defensor de Buratti, o criminalista Roberto Telhada. "Pelo relato do advogado dele, ele ficou muito constrangido com as algemas e a roupa da prisão", disse.

Palocci assegurou que não guarda rancores de Buratti e que não se sente traído porque já não mantinha nenhuma relação ele. O ministro disse também que pretende encaminhar uma carta ao governador Alckmin. O objetivo seria cobrar serenidade dos integrantes do Ministério Público paulista no processo de investigação sobre o caso envolvendo Buratti.

Questionado sobre a hipótese de provas terem sido forjadas para incriminá-lo, Palocci mostrou-se surpreso. "Não vou chamar isso de forjar informações. Quero esclarecer. Não vou me valer da máxima de que outro fez pior. O que fiz, quero esclarecer."

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