Palocci deve efetivar Maranhão como presidente do Banco do Brasil

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, deverá pôr fim nos próximos dias à interinidade de cinco meses de Rossano Maranhão à frente do Banco do Brasil (BB) confirmando-o no cargo. "Tanta demora já está criando problemas dentro do banco", disse uma fonte consultada pela Agência Estado. Como interino, Maranhão sente-se impossibilitado de tomar decisões de mais longo prazo à frente do banco. "Isso está trazendo uma enorme angústia para ele", comentou uma pessoa próxima ao presidente interino do BB. A expectativa é que a confirmação do nome de Rossano aconteça antes da viagem do ministro a Washington, na próxima semana.

Palocci deve aproveitar o momento de confirmação do nome do presidente do BB para promover algumas mudanças nas vice-presidências do banco. "É quase certo que o atual vice-presidente da Varejo, Edson Monteiro Machado, perderá o cargo", disse uma fonte. Funcionário de carreira do banco, Monteiro ficou desgastado por ter um relacionamento considerado duro com a rede de agências do BB. "Este tipo de comportamento dele foi uma das causas da greve do ano passado (a maior da história do banco)", contou a mesma fonte.

Para o lugar de Monteiro, estão cotados os nomes do atual vice-presidente de Crédito, Controladoria e Risco Global, Adézio de Almeida Lima, e do vice-presidente interino de Negócios Internacionais e Atacado, Antonio Francisco de Lima Neto.

A vaga que vier a ser aberta com as mudanças de vice-presidentes deverá ser ocupada por alguém do próprio corpo técnico do banco. "Os cargos de vice-presidente são todos muito técnicos e sem muito espaço para políticos", avaliou uma fonte.

Pelo estatuto do BB, os cargos de vice-presidente só podem ser ocupados por pessoas com nível superior completo. Palocci, no entanto, deverá guardar a presidência do Banco Popular para um político. O ex-deputado federal e candidato derrotado ao governo do Distrito Federal, Geraldo Magela (PT), é o nome mais provável para substituir Ivan Guimarães na presidência da subsidiária do BB responsável pela execução do programa de microcrédito.

Guimarães, de acordo com fonte ouvida pela Agência Estado, já teria até mesmo entregue um pedido formal de demissão. Esta informação, no entanto, não é confirmada pela assessoria de imprensa do BB. "Não temos nenhuma diretriz oficial sobre este assunto", disse um porta-voz do BB.

A idéia inicial do governo era criar uma nova vice-presidência para abrigar Magela. "O Palocci convenceu o Magela que a presidência do Banco Popular seria um cargo mais adequado por não exigir tanto conhecimento técnico como uma vice-presidência exigiria", relatou uma fonte. A ida de Magela para o Banco Popular não deve ser interpretada, de acordo com esta fonte, como uma desistência do ex-deputado de se candidatar novamente ao governo do Distrito Federal. "Ele está firmemente convencido de apresentar o nome dele ao PT do Distrito Federal", contou.

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