Palestinos fazem greve por libertação de repórter

Jornalistas palestinos começaram hoje uma greve de três dias para protestar contra o seqüestro de um jornalista da BBC, Alan Johnston. O seqüestro de Johnston é o mais longo do tipo ocorrido na Faixa de Gaza. Esta é a terceira greve conduzida pela mídia palestina desde o início do seqüestro do jornalista da BBC. Johnston, de 44 anos, foi seqüestrado por homens mascarados quando voltava ao seu apartamento na Cidade de Gaza, em 12 de março. Deste então, não houve informação sobre seu destino, condição de cativeiro e exigências dos seqüestradores.

Na Cidade de Gaza, cerca de 700 jornalistas, intelectuais e trabalhadores humanitários palestinos – muitos com suas bocas simbolicamente fechadas com esparadrapos – protestaram na porta do escritório do primeiro-ministro palestino, Ismail Haniye, contra o que eles dizem é uma falha do governo em assegurar a libertação de Johnston. "Nós acreditamos que o governo e a presidência não estejam levando a questão a sério", diz Shuhdi Kashef, líder do sindicato de jornalistas, que tem 400 integrantes.

Grupos humanitários internacionais também pediram a libertação de Johnston. Haniye saiu do escritório e encarou os manifestantes. Ele disse que o governo está fazendo o melhor para acabar com o seqüestro. "Os jornalistas e o governo estão lutando na mesma trincheira", disse. "Não estamos tratando do problema de maneira displicente", afirmou.

Cisjordânia

Na cidade de Ramallah, Cisjordânia, cerca de 70 palestinos e jornalistas estrangeiros fizeram um protesto no centro, segurando cartazes onde se lia "Libertem Allan.

Muitos oficiais do governo palestino suspeitam que Allan foi seqüestrado por integrantes de um poderoso clã de Gaza. Mas os oficiais de segurança – tanto leais ao grupo islâmico Hamas quanto ao seu rival Fatah – relutam em admitir isto, com medo de antagonizar a tribo, que é fortemente armada.

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