Operação da PF desmonta esquema internacional de lavagem de dinheiro

Brasília – Cerca de 230 policiais federais participam nesta quarta-feira (9) de uma operação para desmontar um esquema internacional de lavagem de dinheiro envolvendo um grupo criminoso da Noruega que atuava no mercado imobiliário do Rio Grande do Norte. Segundo a Polícia Federal, a chamada Operação Paraíso está cumprindo 11 mandados de prisão e 33 de busca e apreensão no Rio Grande do Norte e na Paraíba.

As investigações levaram a três grupos de origem norueguesa, que estariam entre os principais envolvidos no esquema. Eles seriam proprietários de empreendimentos imobiliários em praias do Rio Grande do Norte e contavam com o apoio de um advogado brasileiro, que de acordo com a PF dava "ares de legalidade" aos negócios. Esse advogado teria montado também um esquema similar com empresários espanhóis.

De acordo com nota divulgada pela Polícia Federal, os investigados noruegueses estão ligados a membros da organização criminosa B-Gang. A polícia suspeita que a maior parte do dinheiro obtido com os crimes praticados pela organização na Noruega era "lavada" com a aquisição de bens e investimentos no mercado imobilário do Rio Grande do Norte.

O líder da B-Gang, cujo nome não foi divulgado,  tem mulher e filhas brasileiras. Segundo a PF, os membros da organização eventualmente visitam o Brasil. O irmão do líder da organização criminosa norueguesa, que também não teve o nome revelado,  foi preso em março deste ano quando tentava sair do Brasil usando passaporte falso.

As investigações foram feitas com o apoio da polícia norueguesa e intermediação da Interpol, a polícia internacional. No Brasil, a PF teve apoio da Receita Federal e do Ministério Público Federal. Segundo a PF, diversas prisões relacionadas ao caso foram efetuadas na Noruega.

Os envolvidos serão indiciados por crime contra a ordem tributária, crime contra sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e formação de quadrilha.

As investigações da PF tiveram início em janeiro de 2006, depois de uma série de denúncias de que os noruegueses estariam praticando lavagem de dinheiro no Rio Grande do Norte desde 2002. Descobriu-se que as pessoas envolvidas apresentam incompatibilidade entre o patrimônio declarado e o movimentado.

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