O banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity e controlador das empresas de telefonia Telemig e Amazônia Celular, afirmou há pouco que não participou diretamente da negociação em torno da participação dos fundos de pensão em um dos fundos de investimento que, juntamente com o Citibank e Opportunity, participariam do processo de privatizações no Brasil. "Não negociei pessoalmente com nenhum dos fundos de pensão", disse.
Em seu depoimento na sessão conjunta das CPIs dos Correios e do Mensalão, Daniel Dantas faz um relato sobre o processo de formação da parceria que, segundo ele, foi iniciada em 1996 quando ele foi procurado pelo Citibank que havia demonstrado interesse em investir na América Latina. Segundo Dantas, o Citibank também não negociou diretamente com os fundos de pensão, tendo feito apenas uma apresentação para essas instituições sobre o que seria a modalidade de private equity. Citou como captadores de recursos os nomes de Maurício Gentil, que não está mais no Opportunity, e Carlos Rodenburg que continua na instituição. Conforme o relato do banqueiro, os fundos de pensão faziam parte de um dos três fundos – o dos fundos de pensão, o com participação majoritária do Citibank e outro com 100% do Oportunity – que atuavam conjuntamente sob administração do Opportunity no fundo de investidores institucionais.
A divisão em três fundos foi motivada pelo fato de o Citibank querer operar pelas Ilhas Cayman, que lhe renderia benefícios fiscais, enquanto os fundos de pensão preferiam operar no Brasil porque , caso contrário, perderiam benefícios fiscais. Segundo Dantas, a composição do fundo do qual faziam parte os fundos de pensão , a Previ detinha a participação de 26 92%, tendo investimento de R$ 150 milhões. A Funcef participava com 19,42%, colocando R$ 110 milhões no fundo. Já o BNDESpar, colocou R$ 40 milhões, com uma participação de 7,87%. Os outros fundos de pensão somados totalizaram R$ 225 milhões. Nos outros dois fundos o Citibank investiu US$ 700 milhões e o Opportunity US$ 200 milhões.