Não há suspeita de aftosa em São Paulo, garante ministro da Agricultura

Brasília (AE) – O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, descartou hoje (25) o risco de haver focos de febre aftosa em São Paulo. "Em São Paulo, (a possibilidade) é zero", afirmou. Ele explicou que, no Paraná, onde há suspeita de novos focos, foram detectados animais com sintomas da doença. "Em São Paulo, é zero de sintomas", disse. Ele descartou a possibilidade de o vírus estar incubado. "Não há essa hipótese, pois o tempo já teria passado. A duração da incubação já teria passado." Segundo o ministro, pecuaristas de São Paulo estão rastreando animais provenientes do Paraná.

No Paraná, há suspeita de focos de febre aftosa em fazendas localizadas nos municípios de Loanda, Amaporã, Maringá e Grandes Rios.

Rodrigues informou ainda que o governo já tem pronta uma medida provisória que vai indenizar os produtores que tiveram animais sacrificados por causa da febre aftosa. No entanto, ainda aguarda o resultado do Paraná, para só então definir o valor que constará da MP. Em Mato Grosso do Sul, onde há 10 focos já confirmados, a indenização será de aproximadamente R$ 16 milhões. "O governo resolveu esperar o resultado dos exames para depois fazer uma única medida provisória", explicou o ministro.

Depois de polemizar com o Ministério da Fazenda, reclamando da falta de recursos para a Agricultura, Rodrigues manteve o discurso diplomático dos últimos dias. Ele evitou comentar se a falta de recursos resultou no ressurgimento da febre aftosa em Mato Grosso do Sul. "Como o gado foi vacinado e todas as ações tomadas, se nós tivéssemos dez vezes mais recursos, talvez a aftosa tivesse aparecido do mesmo jeito", afirmou. "Não é apenas a falta de recursos, há outros fatores", disse, sem enumerá-los.

Ele reafirmou que está negociando com a área econômica do governo para "recuperar" R$ 78 milhões do orçamento original da Secretaria de Defesa Agropecuária. "Esse assunto está andando", disse. Com esse recurso, será possível adotar ações de controle da febre aftosa, da gripe aviária de outras doenças, disse. Ele não detalhou o valor para cada uma das ações.

Hoje foi criado um grupo de trabalho com representantes de 12 ministérios, incumbido de "coordenar e articular as ações do governo federal com vistas a conter a expansão de focos de febre aftosa no País, negociar a derrubada de restrições impostas pelos mercados importadores e assistir, em caráter emergencial, a população prejudicada pelos efeitos socioeconômicos decorrentes do fato". A coordenação caberá a Rodrigues.

Amanhã, o ministro estará no Senado Federal para esclarecer a situação do rebanho brasileiro em relação à febre aftosa. Também está programada uma reunião com secretários estaduais de Agricultura para discutir o comércio de animais vivos e de carne.

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