Mutirão metropolitano

O governador Roberto Requião participou do lançamento do programa Mutirão Metropolitano, da Secretaria de Estado para Assuntos Metropolitanos e da Comec – Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba. Na oportunidade, defendeu um projeto integrado de ações que proporcionem mais qualidade de vida aos paranaenses, como resultado da solução dos problemas regionais. Não faltou ao governador a visão de que é preciso desenvolver o interior, mesmo as regiões metropolitanas interioranas e ainda os municípios pequenos e isolados, pois neles há mais facilidade de gestão e, não raro, soluções mais baratas para os problemas de suas populações.

Vai longe a idéia de que o Paraná é Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel e Foz do Iguaçu. Talvez um ou outro município de expressão. Para gerar o bem-estar da população, é preciso difusão espacial do bem-estar, o que vai desde as obras públicas até competentes sistemas de ensino e saúde e oferta de empregos consentânea com a demanda. Não existe dúvida de que o objetivo é o interior, pois nele se pode viver melhor que nos grandes conglomerados urbanos, que se vêm formando com a aglutinação de pequenas cidades às grandes que cercam, formando metrópoles.

Em casos como o de Curitiba, a Região Metropolitana é hoje um espaço urbano contínuo, mas, ao mesmo tempo, um amontoado de problemas que se multiplicam, quando o necessário seria que, através de ações conjuntas, eles fossem mais facilmente resolvidos. E de maneira mais barata. Hoje, o morador de Colombo, Piraquara, São José dos Pinhais, Quatro Barras ou outros municípios vizinhos, na verdade vive na Grande Curitiba, pouco importa se lá há outros prefeitos, outras câmaras de vereadores e instrumentos diversos de gestão da coisa pública. Se não houver um verdadeiro mutirão, com a somatória das soluções, tudo sairá mais caro, difícil, quando não impossível. E ocorrerá o absurdo: quem mora na Grande Curitiba que se chama, por exemplo, Pinhais, terá problemas maiores do que quem vive em um dos bairros curitibanos, embora na prática seja tudo a mesma coisa.

Hoje existem pessoas que moram nesses municípios e vivem na capital e vice-versa. Crianças que moram nuns e estudam em outros e hospitais e postos de saúde que atendem indistintamente famílias das localidades onde estão instalados e das vizinhas. Para tornar esses conglomerados urbanos administráveis de forma eficiente, com aproveitamento adequado dos recursos disponíveis, é preciso que se somem e não se dividam. E aí há que se prestar atenção aos obstáculos que as eventuais diferenças políticas possam causar, cada grupo governante buscando trazer para si as honras das soluções ou insistir na discordância, para não alimentar adversários.

A legislação deve ordenar os problemas e suas soluções, começando pelos transportes e indo até a indicação e facilitação de geração de postos de trabalho. Quando se cogita, por exemplo, da instalação de uma fábrica, não devem ser facilidades extras os atrativos, mas as conveniências dos empresários e da massa trabalhadora a ser atendida com empregos. A isso chamam “mutirão”, uma palavra aceitável, embora um tanto quanto vaga porque faz presumir uniões ocasionais, quando as estruturas metropolitanas devem ser institucionalizadas, passando por cima de eventuais divergências, em nome do que interessa: resultados.

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