Prêmio por boa governança na África não tem vencedor

Os responsáveis por um prêmio de US$ 5 milhões, o qual celebra a boa governança na África, informaram hoje que não escolheram ninguém para a honraria neste ano. O Prêmio Ibrahim por Realização na Liderança Africana não apontou um vencedor, após avaliar “alguns candidatos dignos de crédito”, disse o ex-presidente de Botsuana Ketumile Masire, membro da Fundação Mo Ibrahim.

Ele afirmou que a fundação “notou o progresso feito na governança em alguns países africanos”, mas, ao mesmo tempo, também advertiu para “recentes retrocessos em outros países”. Os membros do comitê afirmaram que não pretendem falar sobre suas deliberações.

Concedido a um ex-chefe de governo ou Estado da África democraticamente eleito, que tenha deixado o posto nos últimos três anos, o prêmio foi criado em 2007 pelo bilionário sudanês Mo Ibrahim. Já receberam a honraria o ex-presidente de Moçambique Joaquim Chissano e o ex-presidente de Botsuana Festus Gontebanye Mogae.

Ibrahim foi questionado hoje, durante entrevista coletiva, sobre os critérios que impediram a escolha de um vencedor. Entre os candidatos estavam os ex-presidentes da África do Sul, Thabo Mbeki, da Nigéria, Olusegun Obasanjo, e de Gana, John Kufuor. Ibrahim se limitou a dizer que a fundação tinha “completo respeito” por esses líderes.

Ainda não está claro porque nenhum foi escolhido. “Algumas dessas pessoas são meus amigos pessoais”, afirmou o bilionário, que fundou a companhia de telecomunicações africana Celtel International.

O comitê deste ano era liderado pelo ex-secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan e incluía o Nobel da Paz Martti Ahtisaari, da Finlândia, e a ex-presidente da Irlanda Mary Robinson. O prêmio inclui US$ 5 milhões em dez anos e, posteriormente, uma renda anual vitalícia de US$ 200 mil.