Pentágono quer produzir ?minibombas´ nucleares

As Forças Armadas americanas planejam produzir uma nova geração de “minibombas” nucleares e pedirão o reinício dos testes atômicos para experimentá-las, noticiou o jornal “San Francisco Chronicle”, baseando-se num documento interno do Departamento da Defesa.

O memorando marca para agosto próximo uma reunião de especialistas civis e militares, além de políticos e técnicos, para discutir como projetar, produzir e testar os novos artefatos. “Os participantes também debaterão como fazer com que a opinião pública aceite a decisão”, acrescentou o jornal.

O documento de oito páginas foi entregue ao jornal por um grupo contra a guerra e confirma que o conceito de armas nucleares “utilizáveis” está se consolidando no governo republicano do presidente George W. Bush.

O plano deixa entrever a possibilidade de mudanças radicais em relação à doutrina nuclear dos EUA em vigor no período da Guerra Fria, quando as armas atômicas eram consideradas o principal instrumento de dissuasão, e de pós-Guerra Fria, dominada pelos esforços de não-proliferação.

O senador Ted Kennedy, um dos líderes do Partido Democrata que discorda da necessidade de um conflito com o Iraque, expressou preocupação com o tipo de guerra que as Forças Armadas americanas se preparam para lançar contra Bagdá e o possível uso de recursos nucleares.

A preocupação de Kennedy se baseia num recente discurso do secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, que, embora manifestando convicção de que a guerra contra o Iraque poderá ser vencida com armas convencionais, não excluiu o recurso às armas atômicas.

O documento publicado pelo “San Francisco Chronicle” provaria que os planos iriam além da eventual segunda Guerra do Golfo. Mas, em vista do novo conflito, o Pentágono considera o uso de “minibombas” nucleares, capazes de destruir “bunkers”, tendo porém efeitos devastadores para o meio ambiente.

“O Pentágono não está só nessa idéia, já que a bancada republicana da Câmara de Representantes acaba de publicar um documento pedindo mudanças na doutrina nuclear dos EUA”, ressaltou o jornal.

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