Papa chega às Filipinas para primeira visita de um pontífice em 20 anos

O papa Francisco chegou nesta quinta-feira às Filipinas, o mais populoso país católico da Ásia, onde multidões extasiadas aguardavam a primeira visita papal em 20 anos.

Os sinos das igrejas tocaram em todo o país e centenas de crianças dançavam a agitavam pequenas bandeiras filipinas e do Vaticano quando o pontífice saiu do avião e foi recebido pelo presidente Benigno Aquino III.

O governo decretou feriado nacional durante a visita do papa, que vai até segunda-feira. Ele permanecerá na capital Manila, mas no sábado vai se dirigir para a província de Leyte, leste do país, onde pretende se encontrar com sobreviventes do tufão Haiyan, que deixou milhares de mortos em 2013.

O cardeal Luis Antonio Tagle, arcebispo de Manila, disse esperar que a visita de Francisco, o primeiro latino-americano a liderar a igreja católica, que tem 1,2 bilhões de fiéis, seja festiva e espiritualmente edificante, além de estimular a compaixão, num momento em que o país ainda se recupera de recentes desastres naturais, dentre eles o Haiyan.

“Trata-se de uma grande, grande festa nacional”, declarou Tagel em entrevista concedida na véspera da chegada do papa. A visita, disse ele “acontece num momento em que a população pode realmente ser beneficiada pelo encorajamento moral e espiritual vindo de alguém que realmente se importa”.

Francisco vai se reunir na sexta-feira com Aquino, que tem travado uma batalha contra a pobreza no país, questão muito importante para o papa. Por outro lado, o presidente tem entrado em confronto com líderes católicos por causa de uma lei sobre reprodução, que promove o uso de controles artificiais de natalidade. O Congresso, que é dominado por aliados de Aquino, aprovou a lei em 2012.

Reuniões com famílias filipinas, líderes de igreja católica e jovens também estão programadas.

Durante visita ao Sri Lanka, o papa foi até as florestas do norte do país, devastadas pela guerra, para demonstrar solidariedade às vítimas dos 25 anos de guerra civil. Ele pediu às pessoas que perdoem-se umas às outras “por todo o mal que esta terra já conheceu”.

A viagem do papa impõe grandes desafios de segurança às autoridades filipinas, o que inclui uma missa ao ar livre num histórico parque de Manila no domingo. Autoridades acreditam que a cerimônia deve atrair 6 milhões de pessoas.

Cerca de 50 mil policiais e militares foram designados para fazer a segurança do papa, num país onde pequenas quantidades de militantes inspirados na Al-Qaeda continuam a ser uma ameaça no sul, apesar de mais de uma década de ofensivas apoiadas pelos Estados Unidos.

Os colonizadores espanhóis introduziram o cristianismo no século 16 e atualmente mais de 80% dos 100 milhões de habitantes das Filipinas são católicos. Outras denominações cristãs representam 12% da população, enquanto os muçulmanos são 5,6% e estão concentrados principalmente no sul do país. Fonte: Associated Press.

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