Irã deve julgar montanhistas dos EUA por espionagem

O Irã iniciará um julgamento por espionagem em 6 de novembro contra montanhistas norte-americanos acusados de entrada ilegal no país, disse o hoje advogado deles, Masoud Shafii. Dois dos três montanhistas, Josh Fattal e Shane Bauer, são mantidos em uma prisão de Teerã há mais de um ano. A companheira deles, Sarah Shourd, foi liberada sob fiança por autoridades iranianas no mês passado.

Shafii confirmou à France Presse a data do julgamento e disse que o magistrado Abolqasem Salavati liderará os trabalhos. Salavati é famoso por julgar pessoas acusadas de atividades contra o Irã e antirrevolucionárias, especialmente pelos grandes protestos ocorridos no país depois das contestadas eleições presidenciais de junho de 2009. Ele também presidiu o julgamento da acadêmica francesa Clotilde Reiss, presa durante os distúrbios e depois liberada após pagar uma fiança de US$ 285 mil.

Ontem, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, renovou os apelos pela libertação dos dois homens ainda detidos no Irã. Segundo ela, o governo dos EUA não acredita que exista “qualquer base” para julgar os montanhistas.

Autoridades iranianas prenderam os três montanhistas em 31 de julho de 2009, após eles cruzarem do Iraque para o Irã. Teerã acusou-os de “espionar e entrar ilegalmente no país”. O trio nega as acusações, garantindo ter entrado por engano no país, ao se perder enquanto escalava montanhas no Curdistão iraquiano. As informações são da Dow Jones.