Intervenção estatal não é “cura para tudo”, afirma Bush

O presidente George W. Bush está a postos para defender o livre mercado das críticas de excesso de liberdade. Além de seu discurso realizado na abertura da reunião de Cúpula do G-20, em Washington, da qual é anfitrião, Bush publicou artigo no conceituado Wall Street Journal, reafirmando que, apesar de “muitos culparem a insuficiente regulação do mercado norte-americano de hipotecas pela crise, países europeus, com marco regulatório muito maior, tiveram problemas quase idênticos aos enfrentados pelos Estados Unidos”. E continuou: “a História tem nos mostrado que a maior ameaça à prosperidade econômica não é um Estado pouco envolvido no mercado, mas sim um governo muito envolvido no mercado”.

No artigo, Bush defendeu que os países trabalhem para tornar seus mercados financeiros mais transparentes e mais adequadamente regulados. Isso não quer dizer, continuou o presidente, que a intervenção estatal seja a “cura para tudo”.

Anfitrião do G-20, Bush teme que os Estados Unidos sofram pressões demasiado fortes de outras nações para controlar o livre funcionamento do mercado financeiro, em especial por parte dos países emergentes, que sofrem os impactos negativos da crise iniciada nas transações com hipotecas dos Estados Unidos.

O presidente dos Estados Unidos lembrou que as agências hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac tinham seu estatuto de funcionamento aprovado pelo Congresso do país. Por isso, segundo Bush, muitos acreditavam que elas tinham o apoio do governo norte-americano e injetaram grandes quantidades de recursos nessas instituições, que, por sua vez, construíram carteiras hipotecárias de alto risco. Com o colapso do setor de moradias, o valor dos títulos despencou, resultado em perdas financeiras que se espalharam globalmente.

Tudo isso mostra, concluiu Bush no artigo, que o objetivo não deveria ser “mais governo (regulando o mercado) – mas governos mais atentos”.