Cineasta

EUA pedem extradição de Roman Polanski à Polônia

A Polônia recebeu um pedido dos Estados Unidos para que extradite o cineasta Roman Polanski para o território norte-americano, onde é procurado por ter mantido relações sexuais com uma menor em 1977.

O porta-voz da promotoria geral, Mateusz Martyniuk, disse à Associated Press que o pedido dos procuradores de Los Angeles foi transferido para a Cracóvia, onde o caso de Polanski é tratado.

Em outubro, os promotores da Cracóvia recusaram um pedido dos Estados Unidos para deter o cineasta de 81 anos, mas o interrogaram e ordenaram que ele comparecesse ao local toda vez que fosse intimado. Polanski estava em Varsóvia para a abertura do POLIN Museum of the History of Polish Jews (Museu Polin de História dos Judeus Poloneses), e viajou para a Cracóvia, cidade onde passou a infância.

O vencedor do Oscar tem planos para gravar um filme sobre o caso Dreyfus, um escândalo ocorrido na França no começo do século 20, na Polônia, nos meses de fevereiro e março.

Um dos advogados de Polanski, Jerzy Stachowicz, disse nesta quarta-feira que a defesa do diretor vai contestar o pedido de extradição. Segundo Martyniuk, como regra, a Polônia não extradita seus cidadãos.

Nascido em Paris de pais judeus poloneses, Polanski passou sua infância e juventude na Polônia, mas agora vive na França. Ele tem passaportes francês e polonês, mas sua movimentação é restrita por uma ordem de prisão da Interpol, em vigor em 188 países. Ele consegue viajar livremente pela Suíça, França e Polônia.

Polanski declarou-se culpado da acusação de ter mantido relaçõies sexual ilegais e foi sentenciado à prisão para uma avaliação psiquiátrica de 90 dias. Ele foi libertado após 42 dias mas, temendo que o juiz o obrigasse a servir o restante da sentença, fugiu dos Estados Unidos.

Em 2010, a Suíça recusou-se a extraditar Polanski, embora ele tenha passado 290 dias na cadeia e em prisão domiciliar enquanto o caso era analisado.

Polanski ganhou o Oscar de melhor diretor em 2002 pelo filme “O Pianista”, mas foi indicado ao prêmio mais vezes. Em 1974 concorreu com “Chinatown” e em 1979 foi indicado por “Tess”. Em 1963, seu filme “Faca na Água” concorreu ao prêmio de melhor filme em língua estrangeira. Fonte: Associated Press.