Eleições venezuelanas testam força do chavismo

Os venezuelanos vão às urnas neste domingo (23) para eleger 22 governadores, 328 prefeitos e 233 legisladores regionais. Mais que uma simples escolha de líderes locais, porém, essas eleições acabaram se convertendo numa encruzilhada política tanto para o governo quanto para os opositores do governo de Hugo Chávez. Se a oposição conseguir conquistar Estados significativos, estará dando um primeiro passo para obter uma parcela mais significativa do poder num país em que Chávez controla o Legislativo, indicou a maior parte dos magistrados do Judiciário e, nas últimas eleições regionais, em 2004, conquistou 20 dos 22 Estados.

Se o partido de Chávez obtiver vitórias significativas – opção menos provável, segundo analistas, mas que deve ser seriamente considerada -, o presidente diz que pretende “aprofundar” a sua revolução bolivariana. Alguns de seus aliados indicam que Chávez até poderia relançar, na forma de emenda constitucional, a proposta que lhe permitiria ser reeleito indefinidamente, rejeitada em referendo no ano passado por 50,6% dos venezuelanos.

Até a semana passada (quando o governo venezuelano proibiu a sua divulgação), as pesquisas favoreciam o primeiro cenário. De acordo com o instituto Hinterlaces, por exemplo, a oposição, que em 2004 venceu em apenas dois Estados, teria boas chances de conquistar de seis a oito governos estaduais. Dissidentes (ex-chavistas que se recusaram a ingressar no Partido Socialista Unidos da Venezuela, PSUV) poderiam ganhar em outros dois. E o restante – de 10 a 12 Estados – permaneceria com o PSUV, do presidente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.