Um tribunal do Chade condenou nesta quarta-feira (26) seis franceses a oito anos de trabalhos forçados pela tentativa de seqüestro de 103 crianças africanas em outubro. A sentença foi anunciada no quarto dia de julgamento dos funcionários do grupo humanitário francês Arca de Zoé. Eles foram acusados de fraude e seqüestro depois de autoridades chadianas terem interceptado um comboio com dezenas de crianças que o grupo pretendia levar para a Europa. Na ocasião, os réus alegaram terem sido movidos pela compaixão a órfãos de Darfur, região conflituosa do Sudão que faz fronteira com o Chade.
Investigações subseqüentes revelaram que, apesar das alegações dos franceses, a maioria das 103 crianças que o grupo tentava levar tinha pelo menos um pai vivo ou parente adulto responsável por elas. Em Paris, o Ministério das Relações Exteriores da França preferiu não se pronunciar sobre o veredicto, mas informou que pediria às autoridades chadianas a transferência dos réus para que cumpram a sentença em presídio francês.