BP confirma fim de vazamento de petróleo nos EUA

A petroleira British Petroleum (BP) disse hoje que não há petróleo vazando no Golfo do México, após comprovar que um teste feito ontem em suas operações de injeção de cimento para selar o poço Macondo havia sido bem sucedido. Segundo nota distribuída ontem no site da companhia, os testes de pressão indicam que o cimento efetivamente colou-se aos encanamentos, “o que era o resultado desejado”.

A BP afirmou ainda hoje que os custos relativos aos esforços para conter o vazamento já chegam a US$ 6,1 bilhões, incluindo compensações aos Estados norte-americanos, pedidos de indenizações e custos federais.

A BP começou a injetar cimento no poço na quinta-feira, no que seria o mais recente estágio de seu processo para acabar com o problema. A operação terminou no mesmo dia à tarde, muito antes do esperado. A companhia informou que ainda vai concluir seus esforços para perfurar um poço de alívio como medida de precaução.

Ontem, a diretora do Departamento de Política de Energia e Mudança Climática da Casa Branca, Carol Browner, disse que a BP sofrerá uma “grande penalidade financeira” por causa do desastre no Golfo do México, mas recusou-se a dizer se haverá acusações criminais de negligência. “A BP será responsabilizada”, contou Browner, à rede de televisão NBC.

Uma explosão ocorrida em 20 de abril em um poço ligado à plataforma de perfuração Deepwater Horizon matou 11 funcionários da petroleira e provocou o derramamento de 4,9 milhões de barris de petróleo no mar, o que se tornou o pior vazamento costeiro na história dos Estados Unidos. Desse total, apenas cerca de 800 mil teriam sido recuperados e canalizados para navios.

Penalidades

Os números são importantes para determinar a penalidade que a empresa receberá. De acordo com a Lei Água Limpa, as multas por barril derramado podem variar de US$ 1,1 mil a US$ 4,3 mil, caso seja comprovada negligência, o que significa que a BP, em teoria, pode ser multada em até US$ 17,6 bilhões pelos 4,1 milhões de barris que ficaram no mar.

Browner, no entanto, foi evasiva com relação ao possível encaminhamento da acusação de negligência contra a empresa. “Não vou comentar a investigação do Departamento de Justiça” sobre as ações da BP que foram tomadas antes e depois do vazamento, disse. As informações são da Dow Jones.