Baleeiro japonês prende dois ativistas ambientais

Dois ativistas ambientais foram detidos nesta terça-feira (15) por tripulantes de um baleeiro japonês sob acusação de atacar o navio com garrafas de ácido e de terem embarcado ilegalmente fora do limite de águas do Oceano Antártico. Funcionários japoneses acusam os ativistas de terrorismo e negam alegações do grupo ambiental Sea Sheperd de que os homens foram agredidos e amarrados.

Os ativistas do grupo Sea Sheperd, que têm seguido navios que participam da caça anual às baleias, forçaram entrada no navio Yushin Maru Nº2 e estão presos no escritório, informou em comunicado o instituto japonês de pesquisa de cetáceos. Mas o instituto nega as acusações de Paul Watson, fundador do Sea Sheperd, de que os ativistas foram agredidos e estão amarrados. Os dois embarcaram no navio "ilegalmente" depois de tentar emaranhar a hélice do navio com corda e "jogar garrafas de ácido no convés", segundo Minoru Morimoto, chefe do instituto. "Eles estão presos sob custódia enquanto aguardamos as decisões sobre seu futuro", acrescentou.

Watson disse que o australiano Benjamin Potts, 28 anos, e o britânico Giles Lane, 35, tentaram entregar uma carta ao capitão do navio para "informá-lo que estavam caçando baleias ilegalmente em águas do Oceano Antártico". Fotografias distribuídas pelo grupo parecem mostrar dois homens ocidentais amarrados em um navio não identificado. O governo japonês divulgou fotos mostrando os homens do Sea Sheperd se aproximando do navio em um bote de borracha e outras em que são afastados com jatos d’água. Uma legenda os descreve como "terroristas".

Tóquio havia inicialmente negado que qualquer ativista estivesse preso

"A Sea Sheperd é uma organização terrorista. Nós não consideramos nada que eles dizem", disse Hideki Moronuki, chefe da divisão de baleias da agência de pesca japonesa. A organização Human Society International ganhou um ponto simbólico na batalha contra a caça de baleias quando a corte australiana proibiu hoje a companhia Kyodo Senpaku Kaisha, que lidera a caça anual, de matar baleias em águas australianas, até 370 km do território antártico declarado australiano.

Mas o Japão, como a maioria dos países, não reconhece o território que a Austrália reclama na Antártica e diz que o governo não pode aplicar suas leis domésticas em alto mar. Essa disputa traz um problema diplomático para o primeiro-ministro australiano Kevin Rudd, que prometeu aos seus eleitores acabar com a caça em águas australianas, mas tem no Japão um aliado regional. A perseguição de navios japoneses poderia levar a uma disputa legal internacional e levantar a questão do território antártico reclamado pela Austrália. A morte de baleias é punida com dois anos de prisão no país.

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