Associação de radiodifusão critica censura no Equador

A Associação Internacional de Radiodifusão (AIR) afirmou nesta quarta-feira (9) que a decisão do governo de Equador de confiscar canais de rádio e televisão "afeta severamente a liberdade de expressão". A entidade reúne mais de 17 mil emissoras de rádio e televisão nas Américas, Ásia e Europa. Em comunicado, a AIR informou sobre sua "grave preocupação pela ocupação policial e confisco dos canais Televisión TC e Gamavisión do Equador…invocando a suposta vinculação com acionistas de um banco fechado faz dez anos durante uma investigação financeira".

Segundo a associação, com sede em Montevidéu, a prova de que a medida "afeta severamente a liberdade de expressão" é que o primeiro tipo de programa a ser suspenso foi o noticiário. A AIR fez também restrições ao fato de os canais passarem a ser administrados por diretores apontados pelo Executivo equatoriano. Esses profissionais "determinarão a orientação informativa e programática dos mesmos, limitando-se assim o direito do público de continuar recebendo os conteúdos de sua preferência por um meio profissional e independente".

"A gravidade desse atentado à liberdade de expressão é ainda maior, considerando as reiteradas críticas contra os meios de comunicação por parte do governo equatoriano, as contínuas ameaças de regulações e tributações adicionais e o fechamento da Radio Sucre, sob o já conhecido expediente da não renovação de sua licença", apontou a associação.

Nova ministra

O confisco das emissoras e de quase 200 outros negócios levou o ministro das Finanças, Fausto Ortiz, a pedir demissão. A nova titular da pasta, Wilma Salgado, disse em entrevista nesta terça-feira (8) que os confiscos eram apenas uma "medida administrativa". "Não há outro objetivo além de recuperar os ativos que estavam pendentes de ser recuperados desde que se registrou a crise financeira", apontou ela, negando qualquer motivação política no caso.

As emissoras de televisão e mais de 195 bens eram de propriedade do grupo Isaías, dono do banco Filanbanco, que quebrou no fim da década de 1990. Os donos das emissoras afirmaram que não têm nenhuma relação com o Filanbanco.

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