Após declarações polêmicas, líder do Hamas termina visita a Gaza

O líder do movimento radical islâmico Hamas, Khaled Meshaal, terminou hoje uma visita histórica de quatro dias à faixa de Gaza. Ele voltou à região após 45 anos de exílio para participar do jubileu de 25 anos do grupo.

No quarto dos últimos dias de visita, ele se encontrou com vítimas da última ofensiva do Exército de Israel em Gaza, que deixou 177 palestinos mortos no território palestino. Em decorrência do lançamento de foguetes do Hamas, seis israelenses morreram.

Durante sua estada em Gaza, Meshaal fez declarações radicais contra Israel. No sábado (8), ele disse que nunca reconhecerá o Estado judaico e defendeu um território nos limites da Palestina antes de 1948, quando a ONU (Organização das Nações Unidas) dividiu a Palestina.

`A Palestina é nossa do rio [Jordão] para o mar [Mediterrâneo] e do sul para o norte. Não haverá concessão de uma polegada de terra`.

Um dia antes, ele disse que se sentia emocionado ao chegar a Gaza e após 45 anos de exílio e posou ao lado dos destroços do carro que levava Ahmed al Jaabari, morto em 14 de novembro pelo Exército israelense. `Peço a Deus para um dia morrer como mártir nesta terra`, disse.

Hoje, Meshaal deixou de lado as críticas aos israelenses e se disse preparado para a reconciliação com os rivais do Fatah. `Eu insisto que precisamos nos reconciliar. Gaza e a Cisjordânia são duas partes queridas da nossa grande terra palestina e uma precisa da outra`.

O Hamas governa a faixa de Gaza desde 2007, quando venceu um conflito com o Fatah, que ainda ocupa a Cisjordânia. O confronto aconteceu dois anos depois de Israel retirar os assentamentos de Gaza.

Governo

As declarações provocaram reações de condenação do governo de Israel. Ontem, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse que o discurso de Meshaal é uma prova que o Estado judaico sofre ameaças e justifica a ocupação de territórios e a criação de assentamentos na Cisjordânia.

`Ontem novamente fomos expostos à verdadeira face de nossos inimigos. Eles não têm a intenção de se comprometer conosco. Eles querem destruir o nosso país`. O chefe de governo voltou a dizer que Israel não sairá da Cisjordânia como o fez da faixa de Gaza, em 2005. Um ano após a saída, o Hamas assumiu o governo local e seu braço militar, as Brigadas Ezz al Din al Qassam, iniciaram uma ofensiva contra as tropas israelenses.

`Se cedermos a Cisjordânia, poderemos correr o risco de transformar Tel Aviv [cidade mais importante de Israel] em alvo de foguetes palestinos`. Em setembro de 1997, o próprio Netayahu ordenou a morte de Meshaal, em uma operação que fracassou.

Voltar ao topo