Afeganistão permite monitores internacionais em eleição

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, voltou atrás e decidiu permitir a participação de dois estrangeiros numa comissão que monitorará as próximas eleições parlamentares do país, disse hoje um porta-voz do governo. Karzai estava sob pressão de vários setores para evitar uma repetição do que houve em 2009, quando o presidente foi reeleito em meio a protestos de fraude eleitoral.

No mês passado, Karzai havia assinado um decreto que lhe permitiria indicar os cinco membros da comissão, após consultas com líderes parlamentares e o chefe da Suprema Corte. Anteriormente, o colegiado contava com três membros indicados pela Organização das Nações Unidas (ONU).

 

O decreto foi criticado como uma tentativa de Karzai de controlar a comissão, que no ano passado anulou quase um terço dos votos concedidos ao presidente afegão após receber denúncias de fraude. À época, o governo foi forçado a realizar um segundo turno da eleição presidencial, mas Karzai acabou sendo declarado vencedor depois de seu principal rival abandonar o pleito.

Segundo o porta-voz de Karzai, Waheed Omar, o presidente está disposto a aceitar estrangeiros porque o país está “numa fase de transição” para a democracia. No entanto, Omar acrescentou que a comissão continuará sob controle afegão.

Taleban

A realização de eleições limpas é considerada fundamental para garantir a legitimidade do governo afegão, um elemento importante dentro da estratégia da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para combater insurgentes do grupo militante islâmico Taleban.

Os insurgentes vêm ganhando terreno no Afeganistão desde a invasão liderada pelos Estados Unidos em 2001, que derrubou o regime de linha dura do país. A corrupção no governo é frequentemente apontada como um dos principais fatores pelos quais muitos afegãos têm engrossado as fileiras do Taleban.

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