Ministro da Defesa assegura que voa ‘com freqüência e sem problema’

O ministro da Defesa, Waldir Pires, disse nesta segunda-feira (20) que não tem medo de voar e que tem feito isso com muita freqüência e sem problemas. "A única coisa que eu posso dizer é que eu vôo de avião", desabafou, insistindo que vai pedir um relatório ao Comando da Aeronáutica sobre as denúncias sobre três "quase acidentes" neste ano veiculadas no fim de semana. Um deles teria envolvido um avião em que Pires estaria.

Segundo o ministro, a Aeronáutica assegura que não ocorreram estes "quase acidentes" e que não há problemas nos equipamentos de comunicação. "Podemos ter dificuldades", disse, reconhecendo a carência de controladores de vôo. Pires ressalvou, no entanto, que eles estão chegando e sendo treinados. Avisou que "dentro de muito pouco tempo" a situação do controle aéreo estará "razoavelmente organizada". E acrescentou: "Vamos transigir no que for possível, mas jamais em segurança de vôo.

IPM

Dois dias depois de o Comando da Aeronáutica confirmar que instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar se a Associação de Controladores de Vôo estaria agindo como um sindicato – o que é proibido por lei – o ministro da Defesa saiu em defesa da categoria. "A associação não agiu como sindicato. Absolutamente. Eles têm uma parte civil que tem ampla liberdade. Esses é que me procuraram", comentou. Pires sempre insiste que na reunião para a qual convidou o presidente da associação, um sargento controlador, ele foi levado lá em um carro do próprio Comando da Aeronáutica, com conhecimento e autorização do comandante da força, e foi muito cauteloso na conversa.

"Eles (controladores militares) não fizeram reivindicações. Foram muito cuidadosos. Disseram sempre que eram aspirações", declarou o ministro. Ao ser indagado se o IPM servia para intimidar os controladores e deixá-los ainda mais pressionados, afirmou: "Eu espero que eles sejam fortes. Eu daria um conselho a eles: sejam fortes. Nós somos cada vez mais dignos da vida, quanto mais pudermos resistir e tocar adiante, cumprindo sempre uma coisa essencial: preservem a segurança.

Pires também falou aos que dizem que estão cansados e se queixam de pressão pelas chefias para o trabalho. "Se por acaso o físico não resistir, não trabalhem. Agora, eu creio que somos capazes de resistir a muita coisa quando estamos mobilizados por dentro e estou vendo que eles estão com vontade e trabalhando." Para o ministro, "quando temos dificuldades na vida, o essencial é suprimi-las e construir um caminho definitivo". Pires ressaltou que o seu objetivo é "devolver à população brasileira a tranqüilidade nos vôos". Ele não precisou quando isso acontecerá mas avisou que será em pouco tempo.

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