Ministério Público recorre da absolvição de Zélia Cardoso de Mello

O Ministério Público Federal recorreu da decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) de Brasília, que absolveu a ex-ministra da Fazenda Zélia Cardoso de Mello na acusação de corrupção passiva por suposto envolvimento no esquema PC Farias. O esquema era comandado pelo empresário Paulo César Farias, tesoureiro de campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Já começou a tramitar um recurso especial para anular a sentença movido ontem pelo procurador regional da República Alexandre Espinosa.

Acusada de ter recebido R$ 514 mil do esquema (valores atuais) para pagamento de despesas pessoais e da reforma de sua casa, Zélia foi absolvida por insuficiência de provas. Ela foi ministra do governo Collor de 1990 a 1992. Para Espinosa, todavia, há clara ligação entre o reajuste de tarifa dos transportes coletivos, concedido por Zélia, e depósitos da Associação Nacional das Empresas de Transporte Coletivo Interestadual e Internacional de Passageiros (Rodonal) nas contas correntes de PC Farias.

Há também, para o procurador, conexão com transferências de dinheiro de PC para a conta do assessor particular de Zélia, além do pagamento da reforma da residência e de viagens particulares da ex-ministra. O aumento das tarifas, conforme Espinosa, teria rendido a Rodonal cerca de US$ 3 milhões. Zélia já havia sido condenada a 13 anos e quatro meses de reclusão, mas o TRF entendeu que não existe provas contundentes, apesar de reconhecer nexo entre os fatos.

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