Ministério Público de São Paulo quer manter Champinha preso

"No momento em que o cidadão parte para o estupro e o homicídio, já perdeu os valores mínimos que guiam o ser humano. Quem perde esses vínculos é uma pessoa com potencial para praticar novos crimes." A afirmação é do promotor Tales César de Oliveira, secretário da Promotoria da Infância e Juventude do Ministério Público Estadual (MPE), em referência a R. A. A. C., o Champinha mentor do assassinato do casal Liana Friedenbach e Felipe Caffé em 2003. Champinha estuprou Liana por quatro dias, antes de assassiná-la com 15 facadas. Hoje, cumpre medida socioeducativa na Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor (Febem)

Para impedir que o assassino, atualmente com 19 anos, volte para as ruas, o MPE pediu, na semana passada, novo laudo psiquiátrico ao Instituto Médico-Legal (IML). A solicitação foi confirmada ontem pelo promotor. Ele teme que Champinha seja solto em novembro, quando chega ao fim o ciclo de três anos que terá de cumprir como interno na Febem

Segundo o promotor, a bateria de exames deve durar cerca de um mês. O novo diagnóstico é uma das cartadas finais da Promotoria para comprovar que Champinha não tem condições de viver em sociedade e poderá voltar a praticar atos de extrema violência

Champinha, que antes de Liana havia assassinado um andarilho, já passou por cinco avaliações psiquiátricas. Os laudos anteriores indicaram que ele sofre apenas de retardo mental moderado e é influenciável. Se o novo laudo não apontar um quadro clínico mais grave, ele será liberado como um adulto sem antecedentes e, em eventual processo, seria tratado como réu primário

Na avaliação do psiquiatra forense Guido Palomba, profissional com 32 anos de experiência na área, os laudos anexados até agora ao processo foram feitos "por gente despreparada", uma vez que evidências, "inclusive físicas", mostram que Champinha tem, sim, retardo mental. Além disso, disse, é "extremamente cruel.

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