Meirelles: Não faz sentido mexer em algo que está dando certo

O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, voltou a defender a manutenção dos pilares da política macroeconômica. Em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S.Paulo após a reunião bimestral do Banco de Compensações Internacionais (BIS), em Sydney (Austrália), Meirelles afirmou ontem que o debate no País sobre eventuais mudanças está sendo ignorado pelas autoridades do sistema financeiro internacional.

"No Brasil existe um debate um pouco mais agudo porque se considera e se discute a alternativa de fazer uma ou outra mudança de política econômica, enquanto aqui fora não se discute nem sequer se considera a existência dessa possibilidade, pois não faz sentido mexer em algo que está dando certo." Questionado sobre qual seria o impacto no exterior caso houvesse mudanças, ele respondeu: "Muito negativo".

Meirelles conclui hoje na Austrália uma bateria de contatos com ministros das Finanças e governadores de bancos centrais que participaram da reunião do G-20 (grupo de países ricos e em desenvolvimento), no fim de semana, e do encontro do BIS. Segundo ele, a avaliação do Brasil no exterior é muito positiva. "Não há nenhum apreensão com o País, que inclusive foi objeto de pouca atenção nesses eventos.

"A avaliação é que a política econômica do Brasil é bem-sucedida pois o País está crescendo com taxas superiores às do passado, apresenta equilíbrio no balanço dos pagamentos, fortaleceu suas reservas e tem políticas fiscal e monetária equilibradas", disse Meirelles.

De acordo com ele, a expectativa no exterior "é que o Brasil vai manter a política econômica e está num processo de fazer reformas que elevem paulatinamente" a taxa de crescimento. "Não se trabalha com a hipótese de que o Brasil (…) possa cometer erros graves de política econômica e voltar a ter volatilidade. Há uma confiança de que será mantido o curso.

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