Marcos Valério relata briga entre Jefferson e ex-tesoureiro do PT

Brasília (AE) – O empresário Marcos Valério disse ter presenciado, em março deste ano, uma séria discussão entre o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, na sede do partido em Brasília.

Indagado pelo deputado Luiz Couto (PT-PB) se o petebista tinha chantageado Delúbio, Valério respondeu: "Com certeza". O empresário disse que estava numa sala ao lado e não foi visto por Jefferson. "Não vou falar os nomes de que ele chamava Delúbio", disse Valério.

"Delúbio entrou mais branco que uma folha de papel e disse: ‘Vamos ter problema com o Roberto Jefferson’." Segundo o empresário, seus todos os seus sócios nas empresas que possui "tinham conhecimento de tudo", referindo-se aos empréstimos feitos para o PT e ao repasse de dinheiro de caixa 2 para políticos, fornecedores e outras pessoas envolvidas em campanhas eleitorais.

"Nunca ninguém se contrapôs", disse Valério. Ele confirmou que "levou cano" no empréstimo que fez no Banco Rural para o PSDB em 1998 e disse que cobrou de vários tucanos, inclusive o ex-governador Eduardo Azeredo, sem sucesso.

Como sempre, a última parte do depoimento foi marcada por momentos de comédia. O senador Romeu Tuma (PFL-SP) provocou risos ao perguntar sobre uma suposta festa organizada por Marcos Valério com a presenca de várias prostitutas, no hotel Grand Bittar, em Brsília. A festa teria sido organizada pela cafetina Jeany Mary Corner, que Tuma chamou de "nossa Jeany".

Valério negou tudo. A festa foi cofirmada em depoimento à Polícia Federal pelo ex-sócio de Marcos Valério Ricardo Pena Machado. O empresário disse insinuou que Machado mentiu por vinganca, depois de deixar a empresa Multi Action. "Falando claramente, tive problemas com Ricardo na saída dele da Multi Action", afirmou.

Em outro momento, o deputado Luiz Couto citou nomes de pessoas que teriam feito uma viagem ao Japão com Marcos Valério. "Eu nunca fui ao Japão, o senhor pode conferir no meu passaporte", respondeu o investigado. "E Acores?", insistiu Couto. "Também não." O parlamentar mudou de assunto, passando a questionar Valério sobre Roberto Jefferson.

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