Lula critica governador de São Paulo por não aceitar ajuda federal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a resistência do governo de São Paulo em aceitar a oferta federal de uso da Força Nacional de Segurança e do Exército. Lula classificou a situação do Estado de grave e fora de controle, cobrou atitude dos governantes paulistas e afirmou que a oferta será repetida amanhã ao governador Cláudio Lembo pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Lembo, no entanto, antes mesmo da conversa negou mais uma vez a ajuda, em nota.

Em Salvador, onde participou da abertura da abertura da II Conferência de Intelectuais da África e Diáspora, o presidente disse que a situação em São Paulo é hoje uma das suas maiores preocupações. Apesar de tentar amenizar suas críticas ao governo paulista, o presidente não conseguiu esconder uma certa irritação com as constantes recusas de Lembo em aceitar o uso da Força Nacional. "Na sexta-feira reiteramos a proposta, que já havia sido feita no primeiro atentado. Lembo disse que não precisava. Eu parto do pressuposto que ele diz que tem controle" afirmou o presidente.

O presidente foi irônico ao comentar as declarações do governador paulista de que a situação está dentro do normal e o próprio governo do Estado pode controlar os problemas causados por facções criminosas. "Se São Paulo continua achando que a situação está normal, o governo federal não pode fazer nada", disse. "Pelo que vejo na imprensa, não é normal. Todo dia é morte de carcereiro, é ônibus queimado. Obviamente isso coloca a sociedade em pânico. Acho que São Paulo, pelo que representa para o Brasil, merece ser tratada com carinho especial.

Lula fez questão de reiterar a boa relação que diz ter com Lembo e repetiu que não haverá nenhuma atitude unilateral do governo federal porque seria uma intervenção e isso "não está nas previsões da democracia brasileira". Mas foi o próprio presidente que levantou o assunto na conversa com jornalistas, dizendo-se extremamente preocupado. E fez questão de frisar, mais de uma vez, que está tudo nas mãos do governo paulista. "Nós estamos aguardando que as autoridades de São Paulo digam se querem ou não querem", disse.

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