Liminar que impedia IBGE de descontar dias parados dos grevistas é cassada

O presidente do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região, desembargador Frederico Gueiros, cassou a liminar que impedia o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de descontar os dias parados dos funcionários em greve.

Com a decisão, os grevistas não receberam os salários do mês de agosto. A paralisação completa, nesta terça-feira, dois meses e, enquanto o Sindicato Nacional dos Trabalhadores no Instituto afirma que a adesão chega a 70% dos funcionários em todo o país, a direção do órgão garante que apenas 20% dos trabalhadores aderiram ao movimento.

O diretor do Sindicato, José Renato Quirino, considerou a decisão "arbitrária" e acusou a direção do IBGE de estar "remando contra a luta dos funcionários". Ele denunciou nesta terça-feira que as informações de pesquisas como a das Contas Nacionais Trimestrais (Produto Interno Bruto) e os índices que medem a inflação, divulgados na semana passada e nesta terça-feira, respectivamente, podem estar comprometidas pela falta de profissionais para fazer a coleta e a tabulação dos dados.

"Quem faz a coleta está parado, o mesmo acontecendo com aqueles que fazem o trabalho de tabulação, enfim, isso significa que não tem a mínima condição de se ter informações confiáveis para divulgar para a imprensa", desabafou o sindicalista.

A diretora de pesquisas do Instituto, Wasmália Bivar, garantiu que a greve não está prejudicando a divulgação das pesquisas e que se qualquer problema fosse detectado, "o IBGE informaria à sociedade sobre a impossibilidade de coletar os dados, já que tem o padrão de qualidade como um dos princípios básicos", disse.

"Embora o sindicato tenha tirado o indicativo de ampliação da greve em várias unidades, as folhas de ponto confirmam que a paralisação só atinge 20,28% dos funcionários", acrescentou Wasmália.

Os servidores do IBGE reivindicam a incorporação das gratificações e um reajuste de 20% para os trabalhadores de nível médio e auxiliares. O Instituto é vinculado ao Ministério do Planejamento e a proposta, que foi encaminhada para o executivo, ainda não foi negociada.

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