Líder do PSDB no Senado ameaça mais CPIs e defende FHC

Rio (AE) – O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), afirmou hoje (07), no Rio, que "qualquer cheiro mais forte no ar tipo pizza", levará a oposição a propor a instalação de uma CPI no Senado. "Não adianta fazer a pizza aqui que a gente começa outra lá, pega de onde acabou uma, outra e vai adiante.

Eles (o governo), que têm tanto medo de ver o ano eleitoral engolfado numa investigação dura, teriam esse dissabor", afirmou o senador, em entrevista na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Virgílio ressalvou que fazia "apenas uma advertência", que não é intenção da oposição, hoje, abrir nova investigação.

"Se sentirmos qualquer coisa tipo pizza no ar, qualquer cheiro mais forte, nós faremos no Senado uma CPI a seguir, continuando de onde tivesse parado aquela que tenha dado em pizza, porque no Senado nós temos ampla maioria, com 47 senadores. O conselho que eu daria ao governo é não criar obstáculos." De acordo com o líder do PSDB, há "grande esforço" de setores do governo para evitar que a atual investigação chegue ao fim.

Reeleição – Apesar da ameaça e da defesa de que tudo seja apurado, Virgílio criticou o fato de a CPI do Mensalão investigar denúncias contra o governo tucano do presidente Fernando Henrique Cardoso.

"A CPI deveria se concentrar na busca dos deputados mensalistas, mas estão preocupados agora com o que eles chamam de compra de votos para a reeleição do Fernando Henrique, como se fosse só o FH, como se não tivesse havido 27 governadores interessados naquilo, o escândalo foi no Acre, como se não houvesse 5 mil prefeitos interessados na reeleição", disse.

"É uma coisa tão tola, digamos que se comprovasse algo grave, eles iam derrubar o governo do FH? A gente tem que evitar que ela (A CPI) vá para esse desvão da infantilidade, da tolice, e se concentre em punir os mensalistas que apareceram e os que precisam aparecer."

O líder do PSDB também comentou o acordo segundo o qual a cúpula do PT teria defendido que os deputados sob ameaça de cassação renunciem logo ao mandato para tentar esvaziar a crise. Em troca teriam legenda para concorrer novamente à Câmara no ano que vem.

"Para renunciar, você tem que ter duas características fundamentais: primeiro a possibilidade jurídica, segundo a covardia. Sob esse aspecto, louvo aqueles que enfrentaram até o final, a começar pelo meu arqui-adversário, José Dirceu, que tem todos os defeitos mais aqueles que eu vejo nele e os outros não vêem, mas teve a coragem de não renunciar na hora que podia."

Segundo Virgílio, seria uma forma de garantir impunidade aos "mensalistas que estão escondidos nas sombras", porque um processo que leve à cassação com suspensão de direitos políticos disse ele, termina fazendo alguns abrirem a boca.

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