Lei obriga ensino da cultura afro-brasileira nas escolas

Até agosto desse ano, as escolas públicas e particulares terão de se enquadrar na lei federal nº 10.639, que foi criada em 2003 e determina que as escolas incluam o tema História e Cultura Afro-Brasileira nos seus currículos. História da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil e a contribuição do negro para a formação da nossa cultura são temas que devem ser ensinados. A lei, que está em fase de oficialização, abre o debate para uma questão muito importante, a de banir preconceitos e valorizar a cultura do afro-descendente.

?Dentro da nossa metodologia, buscamos trabalhar sempre a valorização da cultura e dos hábitos do negro, de como eles contribuíram para a formação da nossa cultura. Sempre valorizamos e destacamos a importância de todas as etnias presentes no país?, destaca a diretora do Colégio Martinus Centro, Prof. Neila Mara Hecke.

Um problema lembrado pela professora é a falta e discrepância de conteúdos nos livros didáticos sobre esse assunto. ?Quando analisamos livros didáticos, percebemos que alguns assuntos são tratados de forma desrespeitosa, são feitas analogias horríveis, mesmo que nas entrelinhas?. A lei, segundo ela, vem em um momento importante. ?Ela desperta uma crítica no educador. É importante perceber como os descendentes afros e as outras tantas etnias ajudaram na construção do país?.

Os Colégios Martinus já contemplam os conteúdos exigidos pela lei e não terão problemas para se adaptar. ?Não é apenas o livro didático que é utilizado, buscamos outros mecanismos de ensino. O trabalho que o professor faz abrange o que é exigido pela lei; valorizamos cada etnia, o que há de melhor em cada uma. Questionamos sempre o que foi a liberdade dos escravos, o que é ser livre e a contribuição da cultura negra?, ressalta a diretora Neila.

Além de despertar no educador uma consciência mais crítica, a lei, para a diretora, auxilia principalmente os alunos. ?Creio que ela irá ajuda-los a assumir seu papel de cidadão participativo e autônomo e mobilizar a sociedade para dar uma perspectiva de educação mais crítica?, enfatiza.

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