Fiscais pedem punição para assassinos de Unaí

Unaí (MG) – Mais de 150 fiscais federais, estaduais e municipais da Receita Federal, do Trabalho e da Previdência Social participaram hoje, na praça da prefeitura, no centro de Unaí, noroeste de Minas Gerais, de uma manifestação pública de repúdio pelo assassinato do motorista e dos três fiscais do Ministério do Trabalho, ocorrido há uma semana. O ato foi promovido pelo Fórum Nacional do Fisco, que reúne vários sindicatos e federações de fiscais. Muitos moradores de Unaí assistiram à manifestação a distância.

Com palavras de ordem e várias faixas, os fiscais pediram justiça e punição para os culpados. Muitas faixas mostravam o clima da manifestação, com dizeres como ?A fiscalização não teme a violência? ou ?Fiscalização para valer e cadeia para os assassinos?.

Na opinião do presidente do Sindicato Nacional dos Fiscais do Trabalho, Fahid Farah, tendo ocorrido na área rural de Unaí, o assassinato não pode ser confundido com a tradição de um povo cheio de cultura, fraternidade e amor. Fahid Farah disse, no entanto, que” o crime não foi promovido por verdadeiros empresários ou fazendeiros, mas por malfeitores e gananciosos, que querem o lucro fácil às custas do trabalhador.”

Para o procurador do Ministério Público do Trabalho, Fábio Leal Cardoso, o fato ocorrido mostra a necessidade de melhor aparelhar o estado no combate ao trabalho escravo, mas, por outro lado, infelizmente, uma tragédia trouxe ao conhecimento da sociedade o trabalho escravo que ocorre no campo.

Investigações

O laudo pericial que está sendo elaborado pelos técnicos da Polícia Federal sobre o assassinato deverá ficar pronto na próxima semana. Eles estão analisando os dados recolhidos nos corpos das vítimas e nos objetos encontrados no local do crime.

Os delegados responsáveis pelas investigações estão em Brasília avaliando as informações recebidas da Polícia Federal do Paraná sobre o suspeito preso no início desta semana na cidade de Francisco Beltrão, naquele estado. Klinger Pereira foi ferido depois de trocar tiros com a polícia paranaense, quando tentava roubar uma caminhonete. A polícia encontrou com ele um sabonete de um hotel de Unaí, o mesmo onde os fiscais se hospedaram antes de serem assassinados.

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