Energia térmica

O presidente da Empresa de Planejamento Energético (EPE), Maurício Tolmasquim, expressou de modo categórico as preocupações de parte do governo Lula, diante da forte resistência dos setores ambientalistas quanto ao licenciamento para a construção de novas usinas hidrelétricas.

Maurício chegou ao extremo de proclamar que, nesse caso, o País está diante de um enorme paradoxo, pois é exatamente a fonte mais limpa de energia existente na natureza – a hidráulica -, que corre o risco de se transformar no principal fator de engessamento do programa energético nacional.

Diz o executivo que o atraso na concessão de licenças ambientais para novas hidrelétricas forçosamente levará o governo a estimular a construção de usinas térmicas movidas a óleo diesel, gás natural e carvão, que além do custo de produção maior da energia, são mais prejudiciais ao meio ambiente.

Aliás, um sinal da disposição governamental foi consubstanciado na decisão de retomar, depois de vários anos, a construção de Angra 3, programada para entrar em operação em janeiro de 2013, com a potência de 1.350 megawatts.

O Ministério do Meio Ambiente (MME), como se sabe, foi voto vencido na reunião do Conselho Nacional de Política Energética que chancelou a determinação de concluir a terceira usina, localizada no litoral sul do Estado do Rio. A ministra Marina Silva enfatizou que melhor atitude teria o governo ao investir em outras fontes, tendo em vista a problemática oferecida pelo tratamento dos resíduos radiativos.

Esse problema ainda não está equacionado, porque o governo não conseguiu providenciar um depósito definitivo para os rejeitos nucleares da operação de Angra 1 e 2. O material permanece depositado em piscinas especiais na área das usinas, embora os técnicos garantam que o depósito intermediário não oferece nenhum tipo de risco.

Para o presidente da EPE não existe a ameaça de apagão elétrico em 2011 e nem depois, pois o governo trabalha com a alternativa das usinas a carvão, que levam quatro ou cinco meses para ser construídas, enquanto uma hidrelétrica exige dois ou três anos. As térmicas a carvão são bastante difundidas na China, de onde o Brasil está trazendo a tecnologia mais adequada, assim como deverá importar o combustível dos países produtores.

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