Volume de desonerações em 2015 será menor, diz Holland

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, afirmou nesta quinta-feira, 04, que o volume de desonerações a setores da economia vai ser menor no próximo ano. Em entrevista após evento de comemoração aos 10 anos do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), na capital paulista, ele afirmou que isso será possível, pois a economia brasileira está com uma recuperação “boa” no segundo semestre deste ano em relação ao primeiro, o que permite considerar que os estímulos dados atualmente já foram “suficientes”.

“Sem dúvida (o volume de desonerações vai ser menor no próximo ano). A economia está com uma recuperação boa no segundo semestre. Lenta, gradual, mas importante em relação ao primeiro semestre, que foi, todos sabem, de muitas dificuldades”, afirmou. “Essa recuperação lenta permite considerar que os estímulos que temos hoje, já dados no ciclo anterior, já foram suficientes. Algumas reversões de tributos são importantes”, acrescentou.

Discurso

O secretário destacou as medidas de incentivo ao consumo tomadas pelo governo federal nos últimos anos, que, segundo ele, ajudaram o varejo. Durante discurso no evento do IDV, ele afirmou que a economia brasileira se tornou mais sólida nos últimos anos, citando a redução do endividamento, aumento dos níveis de reservas internacionais e do investimento estrangeiro direto, o que, para ele, provocou uma melhora no ambiente de negócios no País.

Holland destacou que o IDV foi uma instituição de referência de diálogo entre o governo e o setor varejista. De acordo com ele, a partir dessa parceria, o governo pode desenhar boas políticas para o País e para o segmento. Ele citou que a agenda contra a informalidade sempre foi apresentada como um problema para o setor e que o governo implantou medidas para evitar o problema. Entre elas, destacou, está a desoneração da folha. “Esperamos que esteja dando certo”, afirmou, citando ainda medidas como a redução do IPI, que, de acordo com ele, fez com que o setor enfrentasse uma das mais graves crises do capitalismo contemporâneo com tranquilidade, crescendo e vendendo cada vez mais.

No caso do IPI, Holland lembrou que, nos últimos anos, o imposto foi tratado como instrumento de política econômica no momento de crise, “às vezes subindo, às vezes reduzindo”, para regular estoques. Ele garantiu que algumas alíquotas do tributo negociadas como “permanentes” com alguns setores, como o da construção civil e o da máquina de lavar automática, vão continuar.

Em sua fala, o secretário afirmou ainda que a economia brasileira se tornou mais sólida nos últimos anos. Holland destacou que, no governo atual, o Brasil aumentou os níveis de reservas internacionais, o que, segundo ele, é um “indicador importante de garantia do País perante tempestividades ou adversidades internacionais”. Além disso, acrescentou, os investimentos estrangeiros diretos aumentaram e permaneceram altos mesmo diante da crise mundial. Diante disso, ele disse acreditar que deve estar havendo uma melhoria no ambiente de negócios, mas ponderou que identificar essa melhora “toma um pouco mais de tempo”.

O secretário citou, em seu discurso, que o mercado de trabalho brasileiro continua gerando vagas, mesmo diante da crise mundial, tendo reduzido a taxa de desemprego para o nível histórico mais baixo. “O que é fundamental para garantir consumidores que o varejo precisa”, disse. Ele destacou ainda que, no atual governo, a desigualdade social e regional foi reduzida e a escolaridade dos brasileiros aumentou, mudanças que ajudaram o desenvolvimento do varejo.

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