Vacinação para erradicar aftosa

O vice-governador e secretário da Agricultura e do Abastecimento, Orlando Pessuti, abriu oficialmente a primeira etapa da campanha estadual de vacinação contra febre aftosa deste ano, que se realiza entre os dias 1.º e 20 de maio. Ele vacinou o primeiro animal nesta quarta-feira (30), na Fazenda Santa Cecília, em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba.

A fazenda, de propriedade do criador Nélio Ribas Centa, é considerada modelo na criação de rebanho leiteiro. A média de produção em sua propriedade é de 28,9 litros de leite por vaca/dia, considerada elevada para a região. Com 138 vacas em alimentação, a Fazenda Santa Cecília tem uma produção diária de 3.700 litros de leite. Ele vem conseguindo resultados acima da média porque não descuida da alimentação e sanidade dos animais.

Pessuti falou da importância da campanha de vacinação contra febre aftosa para manutenção do status sanitário conquistado pelo Paraná. O Estado está há oito anos sem registrar foco da doença, mas o secretário destacou que a mobilização dos criadores e pecuaristas deve continuar. Graças a esse esforço, o Paraná vem conseguindo aumentar as exportações de carne para os países da Europa, o que tem valorizado a produção estadual.

O objetivo dessa campanha é atingir a meta de vacinar 100% do rebanho do Estado, estimado em 9,8 milhões de cabeças, entre bovinos e bubalinos. O secretário salientou o benefício econômico para o criador, quando ele vacina o rebanho nas duas campanhas anuais, maio e novembro.

Segundo o secretário, o criador que mantém o gado sadio na propriedade reduz as perdas na produção de carne e leite. Além disso, não prejudica a produção dos vizinhos, explicou. Mas ele chama a atenção para a valorização da carne bovina no mercado externo, quando uma região ou país conquista a condição de área livre de febre aftosa.

O Brasil e a região do Mercosul pertence a um circuito econômico, onde a carne bovina desossada está cotada entre US$ 1,4 mil a US$ 1,8 mil a tonelada. Se o País conquistar a condição de área livre de febre aftosa, sem vacinação, passa a fazer parte de um grupo seleto de países produtores de carne bovina como Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. A carne produzida por esses países está cotadas entre US$ 2,7 mil e US$ 3 mil a tonelada.

O Paraná conquistou o reconhecimento de Área Livre de Febre Aftosa com Vacinação, pela Organização Internacional de Epizootias (OIE), em maio de 2000. A preocupação agora é melhorar a qualidade da produção de carne bovina do Estado, disse o secretário. Para isso, o Paraná pretende se envolver num amplo programa, coordenado pelo Ministério da Agricultura, de ajudar os países vizinhos da América Latina a erradicar a febre aftosa, como está acontecendo no Brasil.

De acordo com o diretor do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária, Felisberto Baptista, existe uma área endêmica de febre aftosa na Bolívia, que tem espalhado os vírus da doença por países vizinhos como Paraguai, Argentina e até no Uruguai. “Por isso é que o Brasil não pode se desmobilizar e descuidar da vacinação”, insistiu.

No Paraná, a Secretaria da Agricultura vai manter fiscalização sobre a vacinação em todo o Estado, com cuidado especial nas áreas de fronteira. A recomendação é para que nenhum animal deixe de ser vacinado, para evitar a contaminação por animais que venham de outras regiões, disse Baptista.

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