Seca provoca situação de emergência

Na tarde de terça-feira, 12, o prefeito de Santa Terezinha de Itaipu, Cláudio Eberhard assinou o decreto n.º143/2005, que declara situação de emergência por 90 dias, a área do município afetada pela estiagem. A determinação foi tomada após a análise do formulário de avaliação de danos em que envolveu representantes do Sindicato Rural, Emater, IBGE, Seab, produtores rurais, prefeitura municipal e cerealistas. No relatório final foi constatada a perda de aproximadamente 30% na safra da soja, 91,6% na safrinha do milho e 35% na produção de leite.

A intensa redução das chuvas no período de 26 de janeiro de 2005 até fim de março provocou danos no abastecimento de água, limitando o consumo humano, bem como, aos animais e a agricultura. Segundo o prefeito, ao avaliar as perdas significativas e irreversíveis na lavoura que causará sérios problemas aos produtores em saldar seus compromissos financeiros, a administração municipal determinou a situação de emergência como meio de amparar o homem do campo. ?Na verdade, não é nenhuma determinação extraordinária, tendo em vista que, a maioria dos municípios da região optou por essa determinação. Tenho certeza que esse documento servirá como um atestado para que os produtores possam negociar suas dívidas e readequar sua situação?, explicou.

Avaliação

Para um dos gerentes de uma empresa cerealista da cidade, Milton Oto Ströher, as perdas foram significativas e o futuro é preocupante caso as chuvas não voltem à normalidade. Segundo ele, os cálculos apontam que devem deixar de sair de Santa Terezinha, 900 carretas de milho este ano.

O agricultor Valter Vitorassi avaliou como positiva a determinação do prefeito Cláudio, pelo fato de obter um amparo legal de que realmente houve perdas significativas, tanto na lavoura de verão como na de milho e trigo. ?Tivemos vários agravantes que fizeram dessa safra uma das mais frustrantes. Começa pelo preço dos insumos que estavam mais caros e, hoje, defrontamos com o longo período de estiagem e o preço da saca da soja lá embaixo?, resumiu.

No meio urbano o reflexo se faz sentir no comércio em geral. Segundo avaliação da Associação Comercial e Industrial (Acisti), deixou-se de comercializar cerca de R$ 3,5 milhões em insumos para o milho safrinha, além das vendas de eletrodomésticos, maquinários, vestuário, entre outros, que sentem a crise diretamente. ?Não me recordo de passar por um momento como esse?, destacou o empresário Ramiro Machado de Souza. Ele que a mais de 30 anos atua no ramo moveleiro disse estar surpreso com a situação, porém confiante de que em um futuro próximo tudo volte ao normal.

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