Rio terá delegacia especializada para identificar vítimas do tráfico

O Estado do Rio anunciou a criação de uma delegacia especializada para investigar o desaparecimento de pessoas assassinadas pelo tráfico de drogas e enterradas em cemitérios clandestinos. Um laboratório capaz de realizar exames de DNA também será criado, para que a própria polícia possa identificar as vítimas dos bandidos. Os equipamentos já estão sendo licitados e os policiais estão recebendo treinamento. Tanto a delegacia quanto o laboratório deverão estar funcionando até o fim do ano, garantiu o secretário de Segurança Pública, Roberto Aguiar.

A primeira ação da nova unidade policial será investigar o cemitério clandestino da Favela da Grota, na zona norte do Rio  onde o jornalista Tim Lopes foi assassinado e enterrado. O trabalho contará com o apoio de arqueólogos. O secretário de Segurança Pública disse que o próximo concurso da Polícia Civil já abrirá vagas para profissionais dessa área. A delegacia vai cuidar também de outros casos de desaparecidos.

Segundo Roberto Aguiar, o governo já captou recursos para a criação do laboratório de DNA, que será vinculado à Polícia Técnica. Ele relatou que o governo paga hoje R$ 6 mil por cada exame de DNA num fragmento – como uma parte da costela de Tim Lopes encontrada na Grota, analisada pelo laboratório Sonda, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – e mais R$ 500 para comparar o resultado com o material retirado de um parente da vítima. Um laboratório similar já foi montado em Brasília, onde Aguiar foi secretário de Segurança.

Em relação ao cemitério clandestino da Grota, o secretário disse que a identificação dos corpos lá enterrados só deverá ser finalizada em cinco anos. ?É um trabalho de investigação muito grande. Nós precisamos procurar familiares de possíveis vítimas e fazer exame de DNA em todo mundo.? Foram retirados 200 fragmentos de ossos, mas somente o material genético de Tim Lopes foi identificado até agora.

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