Petróleo

Repar passará por obras visando o pré-sal

A Petrobras programou uma série de investimentos para melhorar a qualidade de seus produtos e também para preparar as suas unidades visando o refino do petróleo que será extraído na camada pré-sal, cuja descoberta foi anunciada recentemente.

A Refinaria Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, está incluída nesta expansão. A afirmação é do diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que esteve ontem em Curitiba. A Repar já passa por uma série de obras.

Na área industrial da refinaria em Araucária, estão em construção 19 novas unidades que vão produzir coque de petróleo, propeno, hexano, gasolina, diesel e gás de cozinha.

“A Repar poderá usar mais o petróleo pesado, que precisa ser misturado ao petróleo leve. Em outubro, será inaugurada a primeira unidade de petroquímica. E todo este processo vai continuar para o refino do petróleo do pré-sal aqui”, comentou Costa.

A Repar também será capaz de produzir o diesel S-50, que possui menos enxofre e reduz a emissão de poluição no meio ambiente. A Petrobras vai investir, até 2013, US$ 7,2 bilhões em plantas de hidrotratamento de diesel.

Isto vai permitir a produção do diesel S-50 em solo brasileiro e objetiva a fabricação do diesel S-10, ainda menos poluente, a partir de janeiro de 2013. Atualmente, parte do diesel S-50 é produzido na Refinaria de Duque de Caxias (Rio de Janeiro) e o restante a Petrobras compra no exterior.

O diesel S-50 já está disponível em Curitiba, mas somente o importado. O combustível é utilizado, desde o início de agosto deste ano, em toda a frota do transporte coletivo da capital, totalizando 1,7 mil veículos.

O consumo mensal chega a 9,8 mil metros cúbicos de combustível. O restante da Região Metropolitana de Curitiba deve ser contemplado com o diesel menos poluente entre 2012 e 2013. Além da Repar, o diesel S-50 será produzido em novas plantas da Petrobras.

De acordo com Costa, a empresa está fazendo a parte dela no objetivo de reduzir a emissão de poluentes na atmosfera. Ele ressalta que somente um melhor combustível não resolve esta situação.

“O combustível sozinho reduz entre 10% e 15% da emissão. Com o motor adaptado, a redução é de 80%. Também é preciso investir em tecnologia e no acompanhamento da regulagem dos motores. Isto pode ser feito pelos órgãos fiscalizadores no hora do licenciamento, ou até mesmo fora”, afirmou.

O diretor da Petrobras lembra ainda que a engenharia de tráfego nas cidades precisa andar junto com todos estes fatores. “Não adianta nada ter tudo isto e o tráfego ficar parado. Quanto mais congestionamento, mais poluição”, explica Costa.