Recessão na zona do euro durou 15 meses

A recessão que atingiu a zona do euro (que reúne os 16 países que adotam o euro como moeda), na esteira da crise financeira global, foi mais curta, porém mais profunda, que a ocorrida nos Estados Unidos. O Centro para Pesquisa de Política Econômica (CEPR, na sigla em inglês) anunciou hoje que seu Comitê de Datação de Ciclos de Negócios da Área do Euro determinou que a recessão na região começou em janeiro de 2008 e terminou em abril de 2009, durando 15 meses e reduzindo o Produto Interno Bruto (PIB) em 5,5%.

No mês passado, o Birô Nacional de Pesquisa Econômica (NBER, na sigla em inglês) afirmou que a recessão nos EUA começou em dezembro de 2007 e terminou em junho de 2009, com duração de 18 meses. No entanto, a recessão reduziu apenas 4,1% do PIB norte-americano.

Harald Uhlig, professor de economia da Universidade de Chicago e presidente do CEPR, disse que a recessão pode ter começado nos EUA, mas atingiu mais duramente a zona do euro no fim de 2008 e no começo de 2009. “O principal culpado foi o colapso do comércio global. Os EUA são mais isolados disso”, disse Uhlig.

Assim como nos EUA, a recuperação vista desde abril de 2009 na zona do euro tem sido lenta e não levou à criação de um número significativo de novos empregos. De fato, a taxa de desemprego na zona do euro ficou em 10,1% em agosto, o nível mais alto desde que o euro foi lançado, em 1999. No entanto, Uhlig observou que a liberalização de alguns mercados de trabalho europeus durante a última década pode ajudar.

Embora a recessão na zona do euro como um todo tenha sido mais curta do que nos EUA, ela durou mais tempo em economias que sofreram com a eclosão de bolhas imobiliárias e com um rápido aumento nos déficits orçamentários. O CEPR afirmou que a Grécia continua em recessão e que Espanha e Irlanda emergiram da recessão no primeiro trimestre deste ano – nove meses depois de Alemanha e França.

Segundo o CEPR, as exportações não contribuíram para a recuperação entre o segundo trimestre de 2009 e o mesmo período deste ano. Em vez disso, elas foram movidas principalmente pelos gastos dos consumidores e do setor público e pelo acúmulo de estoques. As informações são da Dow Jones.